domingo, 25 de abril de 2010

Metagemologia: A Ciência oculta das Gemas Minerais

Pessoa de Pedra: Mineral speciment ,Turmalinas verdes na matriz de quatzo fumê


"O homem moderno, não entende o quanto seu racionalismo (que lhe destruiu o dom de reagir a idéias e símbolos numinosos), o deixou a mercê do submundo psíquico. Libertou-se das superstições ( pensa tê-lo feito), mas neste processo perdeu seus valores espirituais em escala positivamente alarmante. Suas tradições morais e espirituais desintegraram-se , por isso paga agora um alto preço em termos de desorientação e dissociação universais".
Karl Gustav Young


Simbologia

Um guia by mnc onde você vai entender e aplicar no seu dia a dia a energia amplificada alquimicamente que as gemas minerais irradiam.


PEDRA :

Símbolo de DURABILIDADE, FORÇA ESTÁTICA. A pedra representa a solidificação do ritmo criador, o contrário do ritmo biológico.
A dureza e a durabilidade das pedras sempre despertaram no homem um sentimento de antítese das coisas biológicas ou vivas, de forma muito mais explícita, submetidas às leis de mudança, decadência e morte.
Expressões simbólicas como: "Pedra Filosofal" da Alquimia, "Pedra Cúbica" da Maçonaria, são referências às realizações que as pedras nos remete.


A "Pedra Filosofal" simboliza a "Grande Obra", ou seja a sublimação alquímica dos aspectos inferiores da natureza humana em natureza Divina.

A "Pedra Cúbica" simboliza a representação dos conhecimentos humanos e do homem civilizado.

A pedra bruta deve ser lapidada com o cinzel (vontade) e o martelo (esforço)


LUZ
A luz, fenómeno natural, é símbolo universal do espírito, sabedoria, força criadora, energia cósmica e da irradiação solar. Psicologicamente a luz é a expressão simbólica do desejo de maior consciência de si mesmo e do mundo. Na simbologia Cristã, a luz é o emblema da natureza Divina de Jesus Cristo, Deus é fonte de luz : "Eu sou a Luz do Mundo" ( João: 8/12).

COR
As cores do espectro solar, são símbolos universais, utilizados desde a mais remota antiguidade. As cores são vibrações cósmicas e cada uma delas evoca uma energia distinta.

O legado mais importante deixado desde a mais remota antiguidade pelos sábios Herméticos, é a "Ciência Oculta das Pedras e Metais".
Pedras , assim como os Metais possuem a propriedade de absorver vibrações e radiações, de retê-las e de refleti-las . Cada Pedra tem uma característica, qualidade vibratória e finalidade específica.
As Pedras são aliadas em nossa jornada aqui nesta nossa nave Mãe Terra cor de água marinha.
Esta é a razão pela qual a "Ciência Oculta" vem sendo praticada .

ESCOLHENDO A SUA PEDRA
Não é obra do acaso, somos literalmente escolhidos pelas Pedras! Quando estiver neste processo de "escolha", relaxe, concentre e sinta suas mãos e seu coração. Mesmo que aleatoriamente, quando você se deixa capturar por uma pedra, saiba que é aquela que tem justo a energia que você precisa naquele momento de sua vida.
Quando atinge a sabedoria, a alma humana usa para o bem todas as todas as influências positivas para navegar como hábil piloto que se vale até de ventos contrários. Paracelso já dizia: "O homem sabe em seu coração todos os segredos do universo. Sábio é aquele que sintoniza sua consciência pessoal (nous) com a consciência divina manifestada."

LIMPANDO A SUA PEDRA

Ao se deparar com uma pedra e ela vir a ser sua companheira de caminho, consagre-a (tornar sagrado). Existem várias maneiras, abaixo algumas delas:

- Água e sal Grosso: Mergulhar a pedra em recipiente de barro, vidro, porcelana, prata, cobre ( nunca material sintético) em sal grasso e água ou água do mar; ao por do sol em lugar com abertura para os primeiros raios de sol da manhã. De preferência longe de olhos curiosos.

- Água de chuva : Ideal para pedras grandes de proteção como: Drusas de ametistas, pontas grandes de Quartzo Fumê, dentre outras de Pedras de grande porte, deixe durante um ciclo chuvoso até os primeiros raios de sol da manhã.

- Cachoeira: Numa parte mais calma de uma cachoeira, coloque sua pedra em um saco de linho branco, amarre com corda em algum lugar seguro para evitar que a correnteza leve a pedra; do por do sol até os primeiros raios de sol da manhã seguinte.

- As fases da lua interagem com este processo. Recomenda-se a pedras que irradiam energia, lua cheia ; as que absorvem na minguante e as que acumulam energias de prosperidade e começo de etapas na vida, a lua crescente. Pedras de proteção : primeira limpeza Lua cheia, depois sempre na minguante.

- Existem Pedras que limpam outras como o Cristal aglomerado, Pêndulo,mas a primeira limpeza sempre deve ser feita com água e sal grosso, água do mar ou chuva.

CONSAGRAÇÃO
"Tudo é uma questão de Energia... De Configuração da Energia"
Após a limpeza é feita a consagração da Pedra, é um momento especial , que deve ser feito com toda reverência e concentração. A Pedra depois de limpa está pronta para ser ativada e programada...fixe seu intento (o que deseja da Pedra) na configuração intentada...dando um atributo energético à sua Pedra. Direcione sua vontade. Ah um conselho: Pedras para fins de cura são potencializadas quando depois de limpas são postas em altares religiosos com Santos e Entidades do bem durante 3 dias.

OS CRISTAIS

Instrumento de trabalho com forte potencial energético, cristais podem ser úteis em várias operações.
Adivinhações, Viagens Astrais, Comunicações Telepáticas, lançar o pensamento a grande distâncias, Energização para para curas físicas e espirituais. Levar em consideração só o aspecto físico dos cristais, é como valorizar a crisálida e ignorar a borboleta. Os Cristais são Condensadores de Fluídos de Magnetismo Oculto.

TIPOS E USOS DE CRISTAIS
Cristal Bi-Terminado: Uso telepático. Canudo bi-termindo
Cristal Layser : Auxiliar em terapias de cura.. Canudo longo.
Cristal Gêmeos Tântricos : Para harmonizar casais e encontrar a alma Gêmea. Par
Cristal Professor : Apredizado, vida passadas.Aglomerado
Cristal Arco Íris : Proteção, cristais que refletem o prisma.
Cristal Porta de Ísis: Ponta com Triângulo entre facetas. Meditação
Cristal Porta de Hermes: Ponta com cubo entre facetas. Estudos Herméticos.

Estudo detalhado das Pedras mais importantes e conhecidas para trabalho energético:

Ágata: Pedra de natureza feminina que desenvolve a intuição. Meditar concentrando nos desenho que se formam pode nos levar a camadas profundas de nosso ser interior.

Água Marinha: Contém um Elixir que conserva a juventude, preserva o casamento, atua como antídoto nas dores de garganta , garante bons sonhos se colocada embaixo do travesseiro.

Amazonita: A Pedra para administrar a Timidez, tratamentos de distúrbios da fala, não recomendada para indivíduos que falam demais. Aliada para apresentações públicas, discursos,etc..

Ametista: Pedra do sétimo raio e do Terceiro Olho. Hipócrates usava a ametista para tratar a loucura e o alcoolismo. Proporciona sonhos reveladores. Protege a alma contra assaltos de entidades maléficas. Aplaca tempestades e naufrágios.

Apatita : Regeneradora, depuradora do sangue, reforçadora do sistema imunológico.

Aventurina ( Quartzo verde): Desenvolve a memória, o senso de realidade (pé no chão). Processos de mentalização de cura.

Andaluzita: Protetora dos viajantes, aventureiros e peregrinos.

Berilo Verde: Prima da água Marinha, energia sutil irradiante de força regeneradora.

Calcita: Cria um campo para efeito de amplificação de energia, de pessoas, plantas, pedras, etc.

Cianita: A Pedra do Chakra Crístico (acima da cabeça) . Poderoso aliado na calcificação de fraturas e regeneração musculares,coluna, contusões, dores em geral.

Citrino: (Quartzo amarelo): Em forma de Fluido, auxilia no tratamento de problemas estomacais. Uma Pedra de prosperidade por seu espectro amarelo.

Crisoberilo: Para atrair bens materiais.

Crisopásio : Como regulador de funções Hepáticas e emanações de cura.

Diamante: Representa o "Centro Místico Irradiante", simboliza a luz e o próprio adepto. Esta Pedra está conectada com o sol.

Dolomita: Para sonhadores que extrapolaram e para incoerência. Antídoto para síndrome de galã da novela das 8.
Esmeralda: A Pedra da virtude, guia na busca espiritual , mantenedora de um norte orientador. Protetora dos "Obreiros" e "Pistis".

Fluorita: Pedra "Acelerada", usada para apressar o processo evolutivo pessoal.

Granada: Viagra das Pedras, incendiária da libido. Tratamento de Frigidez e Infertilidade. Dá coragem e iniciativa.

Hematita: Circulação, pressão alta, anti-stress, ressaca.

Indicolita: ver Turmalina (parte especial).

Jade: O simbolismo chinês considera o Jade como possuidor de uma essência sutil que proporciona a imortalidade. Assim sendo, é símbolo deste atributo Divino. Muito usado para amuletos e imagens de Divindades.

Jaspe: Circulação e terapias relativas a circulação.

Kunzita: Conectada ao amor Universal, neutralizadora de barreiras

Lápis-lazúli: Pedra calmante que trabalha a ansiedade e distúrbios como Síndrome bi-polar do humor.

Malaquita: Fantástica no processo de cura, mesmo de doenças consideradas incuráveis.

Morganita: A pedra de Morgana para iniciados em práticas mágicas Wicca.

Morion: (Quartzo-Fumê) Pedra pára-raio, atrai e captura como esponja as energias bloqueadoras negativas. Obs: Limpar sempre na lua minguante. Aliado no processo de aceitação da morte em pacientes terminais.

Olho de falcão: Mantém quem a porta como Talismã em vigilância máxima, para se transitar em lugares perigosos e violentos.

Olho de Gato : Sempre evoca a proteção e vigilância. Aconselha-se não dormir em contato com o corpo , pedras com "olho de gato", fenômeno ótico ocorrente em vários tipos de Gemas. Pode dar insônia.

Olho de Tigre: Pedra poderosíssima, neutralizadora das forças negativas do mal. Usada em rituais de exorcismo, possessões, desmanche de trabalho de magia do braço esquerdo.

Ônix: Proteção, Lucidez, Perseverança, Concretização de projetos até a finalização perseverante. Para os que não levam a cabo seus projetos.

Opala: A origem da palavra "Opala" é o sânscrito, significa "Pedra Preciosa". È uma pedra polêmica, evitada por muitos devida a maldição lançada por um Lapidário decapitado por quebrar um valioso Opala Negro do rei ( trata-se de uma pedra de difícil lapidação por sua baixa dureza). Outros apreciam por dar sorte em jogos de azar .

Pedra dos Incas: (Pirita ou Ouro de Tolo): Atrai a prosperidade e a abundância. Excelente para estabelecimentos comerciais e empresas. Atua em processos de cura.

Pedra da Lua: Pedra de despertar energia feminina Lunar, uterina, maternal. Promove sonhos reveladores. Talismã para iniciação Wicca.

Pedra do sol: Atrai a positividade e trabalha a auto-estima.

Quartzo Rosa: Equilibra as emoções e afetividade. Neutraliza ciúmes, rancores, ciúme, mágoas passadas. Atrai e mantém a "Alma Gêmea".

Rubi: (Latim:Rubeos-vermelho): A cor vermelha do Rubi emana Fluidos que dão coragem, virilidade, ousadia, calor , paixão.

Rutilo:Musa inspiradora dos poetas, compositores, escritores,cantores. Cria uma aura de inspiração e criatividade.

Safira: (grego: Azul) Desperta a bondade, lealdade, glória, caridade.

Sodalita : (Quartzo Azul) Esponja para radiatividade. Usar sempre que se submeter a radiografias, ultra-sons, tomografias, etc. Pedra sedativa.

Topázio: Amarelo prosperidade financeira. Azul e branco, energia purificadora. Imperial , expande o intelecto.

Turmalina: Gemas com uma rica gama de cores. Condutoras perfeitas de energia primordial. Azul , equilibra a alma. Rubelita e Melancia despertam o amor à Fraternidade Universal. Preta repele energia negativa sendo também um excelente expectorante. A turmalina Paraíba é um condutor de adaptação á Nova Era, que é agora,seu irradiante azul inusitado(em sua composição tem ouro!), é revelador .

Turquesa: Pedra da alegria, anti-depressiva. Aliada na hora do parto.Quando posta junto ao Coral Vermelho, se transforma num poderoso Talismã Xamânico.
As afinidades Zodiacais as Pedras e os Chácaras mais adiante nos próximos posts.

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Mico dos 500 anos...


O Descobrimento do Brasil - 1954Óleo sobre tela- Cândido Portinari

Passados 10 anos até hoje me doi lembrar, O festival de barbárie, em que se transformou a festa dos 500 anos do Brasil....

Índio Gildo Terena pede clemência antes de ser pisoteado pela tropa de choque

Preparada aos mínimos detalhes para ser a "masterpiece" do Governo FHC, se tornou o mico do século. Como já dizia minha vó...O tinhoso mora nos detalhes.
Entre 735 credenciados de imprensa do mundo inteiro, mnc, contratada para cobertura pela rádio Teófilo Otoni AM, alcance Nordeste de Minas e o Sul da Bahia.
Rebubinando os fatos:
18 de abril : 5 mil militantes do grupo MST, adentram ordeiramente em fila indiana, silêncio profundo marcham pela cidade, 5 mil brasileiros sem voz , mal trapilhos e banhados de suor...
Um grupo de negociadores do Governo, habilmente conseguiu convencê-los a deixarem a cidade e irem para Eunápolis (64 km), lá seriam “confortavelmente acomodados “ e no dia da festa, poderiam retornar a Porto Seguro, acomodados em ônibus gentilmente cedidos. Inocentes acreditaram, deram meia volta volver e foram crentes que o acordo seria cumprido.
Livres do MST, policiais militares fortemente armados , imediatamente bloquearam a rodovia de acesso a Porto Seguro, já no entrocamento da BR 101, alegavam cumprir ordens da Defesa Civil, a cidade não comportava mais ninguém.
Detalhe Porto Seguro não tem Defesa Civil. O objetivo era evitar que os indesejáveis sem-terra, entrassem em Porto Seguro novamente.
O bloqueio foi estendido a turistas e até aos moradores, ninguém não credenciado passava em nenhuma circustância. Turistas de todos os cantos do Brasil que vinham pela rodovia, mesmo exibindo as reservas de hotel tiveram seu direito de ir e vir, garantido pela Constituição, cerceados.
19 Dia do Índio: Realizou-se em Coroa Vermelha a plenária de encerramento da Conferência dos Povos Indígenas, que reuniu cerca de 3 mil índios de 150 tribos de todo o País.
Exaltadas, lideranças indígenas se referiam a FHC como "sem palavra".
O ultimo a falar foi o pataxó Luiz Tiliá:
-Amanhã nos vamos fazer uma caminhada até Porto Seguro e a polícia não vai deixar. Quero que cada tribo junte os dez guerreiros mais fortes. Eles vão na frente, porque nós vai passar de qualquer jeito.
Uma vidente previu chuvas e trovoadas em Porto Seguro . Acertou na mosca e na semiótica. O tempo fechou geral em Coroa Vermelha quando cerca de mil integrantes do movimento e mais 500, formado por jovens estudantes, marchavam para a área onde foi realizada a conferência indígena. O objetivo era de solidarizar--se aos índios na caminhada até Porto Seguro.
Eis que surge a tropa de choque. Um manifestante é agredido. Sua companheira tenta defendê-lo e é jogada violentamente ao chão. Forma-se o tumulto. Policiais atiram para o alto, jogam bombas de gás lacrimogêno e baixam o cacete em quem aparece pela frente.
Apavorados, os manifestantes correm para as casas dos pataxós e respondem às agressões com pedradas. Uma das pedras atinge acidentalmente o índio Crispim na cabeça.
Pronto! Dada a deixa para que o comandante da operação mandasse prender cerca de 140 integrantes do Outros 500. Alegou que estava agindo em defesa dos índios, embora os próprios indígenas categoricamente afirmavam, que a pedrada em Crispim fora acidental.
Entraram em cena os Procuradores da República, a senadora Marina Silva, deputados federais Haroldo Lima e José Dirceu e a deputada estadual Alice Portugal, em vão argumentaram que as prisões eram ilegais e que a violência dos PMs era injustificada. A todos, o comandante respondia com um "não reconheço sua autoridade."
Estava armado o circo de horrores.
Mais tarde, sem se darem por vencidos, índios marcharam para Porto Seguro, encontraram uma barreira do batalhão de choque. Antes mesmo dos índios se aproximarem , Napoleônico o Comandante à frente dando ordens de atacar... Atiraram balas de borracha, gás lacrimogêneo.
Saldo: mais de 30 feridos, entre eles nenhum policial militar.
Jornalistas de todo o Brasil e de várias partes do mundo comentavam a forma truculenta com que a polícia militar agiu.
Como disse a senadora Marina Silva, era para deixar bem claro a todos que nesse país lugar de pobre é na senzala, enquanto a classe dominante gozava os prazeres e mordomias da casa grande.
Na "Casa Grande" Vela Branca, Hotel 5 estrêlas, cercado por um forte aparato de segurança, Fernando Henrique e o presidente de Portugal almoçam com convidados. A elite empresarial e política do País.
A imprensa , que aguardava a coletiva ao vivo de FHC, foi confinada num mofado salão desativado do Vela Branca. O seu porta-voz providenciou um aparelho velho de TV, produzido às pressas pela Radio-Bras um pronunciamento cínico FHC fala dos avanços sociais do país, alfinetou os sem-terra e, por fim, fez um brinde com a legítima cachaça brasileira.
Foi a gota d'água que faltava. Deixamos indignados o confinamento e invadimos o saguão do hotel, nos sentamos no chão e cantamos o Hino Nacional (desta vez a truculência ficou por conta dos seguranças e dos burocratas do Itamaraty), mas intimidaram-se diante do quarto poder, armados de inúmeras câmeras e gravadores.
Minutos depois, numa entrevista coletiva montada às pressas, FHC tentou ironizar os fatos e cantou também o Hino Nacional. Errou a letra duas vezes....(detalhes da entrevista vide comentários)
Prevista para durar quatro dias abreviou-se a esmirradas três horas e para não ficar de cachorro magro, come e vai embora , o presidente visitou a Cidade Histórica, cumprimentou a simpática família Schürmann que voltava de uma viagem de dois anos pelo mundo, plantou uma muda de Pau Brasil, acendeu a Chama do Conhecimento, viu atores fantasiados de índios e posou para fotos abraçado a baianas do acarajé.
Os moradores da Cidade viram a festa da janela, impedidos que estavam de sair de casa. Era visível a revolta de todos.
A imprensa brasileira deu amplo destaque à pancadaria e pouco falou das festividades.
Jornais como o New York Times, dos EUA, o Libération, da França, e o Independent, da Inglaterra, falaram da violência contra os indígenas e sem-terra.
A foto do índio Gildo Terena, ajoelhado no asfalto e de braços abertos pedindo clemência aos policiais, saiu na capa dos principais jornais do planeta. A mesma imagem, com a sequência onde Terena é atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo e sem seguida pisoteado pelos PMs foi veiculada em centenas de emissoras de televisão.
A metáfora simbólica ápice do vexame dos 500 anos foi a Nau Capitânia, custou uma fortuna e afundou antes de ser colocada ao mar, escancarando o fracasso de uma celebração em que o povo foi excluído de participar.
Fernando Henrique foi embora antes de assistir ao espetáculo " O dia em que o Brasil nasceu", misto de teatro e cinema com luzes e fogos de artíficio.
Revoltados porque o show era apenas para convidados do governo e pela colocação de um tapume que impedia qualquer vista do espetáculo, turistas e moradores primeiro protestaram com xingamentos. Depois, jogaram pedras aleatoriamente. Antes que a revolta ganhasse proporções incontroláveis, a polícia chegou e, conhecedores do que havia ocorrido com os índios, estudantes e sem-terras os manifestantes puseram seus rabinhos entre as pernas e se dispersaram.
Entre sarcástico e p da vida, um bêbado comentou:
-Depois de uma confusão dessas, na festa dos 1000 anos do Descobrimento eu não venho de jeito nenhum.

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brasília: Underground love



Por: Ana Paula Naps.

Cinqüentenário de Brasília comerorando-se hoje.
Criada em 1960 a partir de um devaneio visionário do homem de Diamantina , Kubitschek, teve por objetivo retirar o poder executivo da "borda" e cumprir certo equilíbrio às já lotadíssimas metrópoles vigentes.
De concepção polêmica, deu-nos de presente uma dívida externa onerosa , levando décadas (e acúmulo indecente de juros) a ser finalmente paga.
Montada por bolinhas e quadrados futurísticos pelo Niemeyer, a cidade do futuro que agora, em 2010, mais parece um filme de ficção científica da década de sessenta .
Na arquitetura,
pressente-se algo que transita entre uma grande esperança de que as coisas ao serem vastas e limpas seriam , por isso, acessíveis.
Mas a verdade é que, ao passo de ter se tornado a síntese do sentimento de estranheza humano em meio a todo o concreto pintado de branco , a primeira pergunta que nos assola após alguma recuperação do estado racional é: vive gente aquì?
Vive!
A cinqüentona hoje ainda é pré-adolescente. Vocês sabem, em contagem histórica, cinqüenta anos não é nada! A busca por uma unicidade ( identidade em formação , talvez para sempre em formação , eu diria ) fez do brasiliense uma massa confusa de naturezas várias e não somente de toda a parte , mas ainda cortada em gerações, a cumprirem o estrito direito da civilidade sem, no entanto, sentir-se acomodado e natural do lugar. Em Brasília nós sempre conferimos ao próximo um "bom dia", mas ele nunca vem precedido de sorriso.
E
antes que você possa ficar chateado com isso , vai tomar um encontrão na rua pelo menos umas duas vezes, de tão absorta é a gente daqui.
Essa frieza que se tornou tão característica, ao contrário de ser alguma coisa arrogante, é muito mais a sensação de deslocamento permanente que uma interpretação filosófica complexa.
O que fazer em uma cidade que foi intencionalmente concebida para não ter esquinas e praças? Sem esses dois patrimônios da conversa solta, como criar laços?
Perfeitamente equilibrado, o Plano Piloto de Lúcio Costa só comporta gente porque cidades ainda não foram inventadas para organizar mosquitos. Falando em mosquitos, tem uma praga de poodles aqui também.
Nada contra os poodles, mas, por que somente poodles?
Bem, essa é um pouco da Brasília que eu conheço, convivo e ainda gosto. E é claro que ela tem boas coisas: por exemplo, é limpa e magistral mente arborizada.
Dentro dela , em qualquer quadra, você pode entrar em contato mínimo com a natureza híbrida, namorar os ipês do cerrado e as mangueiras junto com os passarinhos ..
Na primavera , todas as árvores recebem a visita das cigarras que em uníssono tomam conta do espaço sonoro em uma anunciação ensurdecedora de tal forma , que chega a conferir dor de cabeça ao cidadão .
Mas ainda assim a esse convívio de gente e folhas é que devemos o alívio de poder olhar janela afora e, mesmo estando em uma metrópole, não se afundar em qualquer neurose que remeta a uma saudade completa do orgânico.
Passados esses breves cinqüenta anos, afora a vontade que cada brasileiro tem de explodir o Congresso Nacional, me pergunto o que restou da Brasília primeira.
O que ainda pertence de fato ao brasiliense, o prático legado dos pioneiros, os candangos?
Para mim a resposta é fácil: o Conic.
Situado no centro da cidade , este enorme, decadente e maltratado prédio,
guarda em suas infindáveis galerias pedaços d
o coração velho.
São artérias pulsantes e culturalmente recicláveis que para mim representa a síntese do " working class heroi " e seus descendentes. Inaugurado em
1967, foi o primeiro edifício voltado para a Esplanada dos Ministérios.
Por ter sido construído por uma empreiteira pernambucana de mesmo nome, a placa indicando sua autoria acabou por nomear o edifício em definitivo .
Apesar de um tanto feio e abandonado pelas autoridades, ainda é referência física para o centro da cidade, uma vez localizado entre a Torre de TV e a Esplanada, sendo possível ainda enxergar a partir dele o Teatro Nacional (pirâmide moderna da cultura, ainda acessível àqueles que apreciam música clássica - toda terça-feira, se não me engano, tem música erudita de graça por lá).
Mas é do Conic que estamos falando....
Na entrada principal (existem várias) o Teatro Dulcina, excelente escola de teatro e referência cultural na cidade.
Por dentro, uma praça já que o prédio não é inteiramente fechado.
À direita das galerias, uma “artéria".
Quiosque Cultural, antigo sebo contendo raridades e livros usados em geral.
História da Donzela Teodora e O Mago Alquimista vendedor de Visão ” são exemplos da literatura de cordel, item tradicional do Quiosque
Mais anos 80 que isso, impossível!
Loja de instrumentos musicais, point de quem está aprendendo a tocar violão
Loja de música mais antiga de Brasília – ótima para encontrar partituras raras.
Auto-explicativa! Ponto obrigatório para os aficionados em HQs, colecionadores e todos os nerds de Brasília! Tem ótimas camisetas de rock também.
O “Corredor da Morte” para as empresas em geral – galeria dos sindicatos – tem uma energia incrível durante a semana, quando as reuniões e greves estão fervendo. Aqui a dignidade do trabalhador pode ser tocada no ar.
Robusta ordem !
Negroblue – artigos transados com apelo Black Power – camisetas ótimas!
Entrando na galeria central, um salão de beleza afro seguido de uma Tattoo shop . Meu primeiro piercing no nariz foi ali! (tá, já tirei, já tirei...)
Ainda na galeria, Marola Discos – e roupas para “manos”! Tá ligado?
Fechando a galeria, roupas militares para geeks e galera do rock´n roll – que não dispensa um coturno!
No externo da galeria central – uma loja de livros evangélicos ao lado de uma casa de calcinhas!
Falando em lingerie, tem a Via Sexy – a única sex shop que eu conheço onde as meninas não sentem pudor ao entrar – porque segundo elas (e eu também), as fantasias são “super-fofas”.
Ótima para comprar meia-calças também!
Na loja de Açaí logo à direita, para dar uma forcinha extra a rapaziada.
Na minha época o lance era patins, mas a Fun House não se esqueceu dos skatistas – loja especializada e também referência para menores de 18 anos na cidade.
Patrimônio do Conic, as camisetas são tão bacanas e criativas que virou acessório único de identidade! Todo mundo tem uma – inclusive a camiseta-homenagem “Conic Fashion Week ”.
Café Eldorado, point intelectual e popular, muito bacaninha e aconchegante.
Para finalizar (e inverter um pouco a ordem) uma homenagem de quem luta para quem lutou. Inscrição:
“Zumbi dos Palmares - O líder negro de todas as raças - Homenagem da CUT/DF aos 300 anos de imortalidade”
Ah, só mais uma nota importante: depois das vinte horas, não convém visitar o prédio, pois o “serviço” e a “clientela” são outros...
Feliz cinqüentenário, Brasília underground!

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Fogueira do Conselho...

Dia do ìndio e como já debatemos os "Segredos da Tribos" alguns posts atrás, trazemos à baia em homenagem a todas as nações indígenas da América Nativa, um conceito: A Fogueira do Conselho...
Uma releitura do livro " As Cartas do Caminho Sagrado" da Jamie Sams, uma Antropóloga Xamã Ameríndia da tribo dos Sênecas.
Um "sermão encomendado" aos candidatos de plantão. Afinal o ano eleitoral está aí...

Até os finais do sec XIX, quem viajasse pelas águas da Ilha da Tartaruga (Nome que os Nativos davam a América, antes de Colombo), podia ver enormes fogueiras.
Estas Fogueiras lembravam ao Povo Nativo, que o nosso destino é deteminado por aqueles a quem confiamos, que já andaram na terra mais do que nós e acumularam muito conhecimento em suas vidas.
Os nativos sempre se referem aos Anciões com muita reverência, pois eles já tiveram a oportunidade de comprovar sua sabedoria, dirigindo cada nação com desprendimento, coragem e sapiência.
Para obter o direito de sentar-se a qualquer fogueira do conselho como representante do povo, o membro aspirante devia ter dado exemplos de uma vida honesta, só assim era considerado dígno de tamanha honraria.
Era preciso também ter vivido muitos anos, sempre demonstrando, lealdade, bravura, compaixão e altruismo, além de saber ser um bom ouvinte, um conselheiro discreto, um juíz justo e um honrado membro da Tribo.
Em toda decisão, relativa aos caminhos que a vida pudesse afetar o destino do povo, era necessário convocar a "Fogueira do Conselho".
Desta maneira, tinha-se a oportunidade de examinar cada Sagrado Ponto de Vista e examinar todas as novas possibilidades.
Para obter o direito de sentar-se a qualquer fogueira do conselho como representante do povo, o membro aspirante devia ter dado exemplos de uma vida honesta, só assim era considerado dígno de tamanha honraria.
Era preciso também ter vivido muitos anos, sempre demonstrando, lealdade, bravura, compaixão e altruismo, além de saber ser um bom ouvinte, um conselheiro discreto, um juíz justo e um honrado membro da Tribo.
Em toda decisão, relativa aos caminhos que a vida pudesse afetar o destino do povo, era necessário convocar a "Fogueira do Conselho". Desta maneira, tinha-se a oportunidade de examinar cada Sagrado Ponto de Vista e examinar todas as novas possibilidades.
Antes do início da Fogueira do Conselho, partilha-se o cachimbo e pede-se a todos os parentes que venham acrescentar sua magia e energizar todos aqueles que estão ali reunidos.
Pede-se também ao Grande Mistério e à Mãe Terra que acrescentem sua sabedoria à Fogueira do Conselho.
Roga-se aos poderes das quatro direções para acrescentar Iluminação, Confiança, Inocência, Conhecimento Interior, assim como a sabedoria e gratidão aos dons trazidos pelos anciões.
Depois, evoca-se a presença dos parentes que são as criaturas, representadas pelos Seres com asas, pelos Quatro Patas os Sem-Patas, os Rastejantes e Aqueles com Barbatanas.
A seguir, O Povo de Pedra, O Povo em Pé (árvores), o Povo Nuvem, o Avô Sol e a Avó Lua são convidados a fazer parte da Fogueira do Conselho.
A Grande Nação das estrelas e todos os Irmãos e Irmãs de outras Galáxias, são convidados a auxiliar nas tomadas de decisões, Juntamente com os 4 Chefes dos Clãs do Ar, Terra, Fogo e Ar.
Finalmente todo este conjunto é colocado no Cachimbo, depois a fumaça do cachimbo conduz o Espírito de todos os Parentes até o conselho para que ele possa ser bem assessorado.
Qualquer problema pessoal é deixado de fora do Círculo. Qualquer talento que possa ser usado para descobrir solução é trazido para dentro. quaisquer discódias que possa haver entre os membros do Conselho é solucionado enterrando-se o fornilho do Cachimbo.
Todos os procedimentos parlamentares são observados unsando a "Bastão que Fala" e a "Pena de Resposta" (definição nos comentários).
Quando o assunto em pauta precisa de diversas opiniões ou soluções, todos os Pontos de vista dos Membros são levados em Conta, chega-se a uma decisão comum através do VOTO.
Bejamim Frnklim e Thomas Jefferson, que visitaram a Conferência de Paz Iroquesa e sentaram-se em Conselho com os as Mães e Pais dos Clãs das Seis Nações, inspiraram-se nesta forma de Democracia á Constituíção do Estados Unidos, incorporando suas descorbertas, valendo-se desta milenar sabedoria para formular a "Carta dos Direitos".
Quando se observa o modo sábio de como os povos nativos Americanos, tomavam suas decisóes Democráticas em suas reuniões de Conselho, percebe-se um grande sentido de Unidade.
Todo dia deveria ser Dia do Índio...
mnc

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Caminho de Ferro...Aventura inacabada.












Ponto de partida : Locomotiva Puxichá...Ia e vinha de Caravelas a Araçuaí, puxando vagões cargas e pessoas. Agora alma penada que vaga nos trilhos do imaginário coletivo, Maria fumaça estancada, no tempo e no espaço da Praça Central, memorial de ir a lugar nenhum....


Ignorado o aviso: Túnel interrompido, romper em frente.... na memória afetiva a sensação de atravessar o velho túnel, apavorante morada de morcegos, ritual de passagem, prova de coragem cruza-lo, sem demonstrar medo. Cachoeiras nos aguardam, recompensa atirar-se nas águas purificadoras ... Deixar fluir-se ao sabor da correnteza.




O caminho desconhece sua já traçada sina, progresso exige, mais um pouco, definitivamente submerso tudo que a vista alcança tudo que a memória guarda. Nossa meta é chegar lá naquela montanha a cabeceira onde é o minador São Pedro, água que sai de dentro da montanha coberta de mata nativa... Olho d'água que sangra Rio.




Começam os primeiros sinais do São Pedro agora barrento pelas últimas chuvas, em compensação o verde que a chuva aviva ressalta aos olhos e rebrilha em tudo verdear. O Rio serpenteia ainda suave curvas ao longo do caminho nos convidadndo a seguir em frente.



Cruzar Rio sem ponte daí pra frente adentrar a mata e o caminho de ferro.



A estrada se estreita numa faixa de 5 Kilômetros até chegar aos túneis, sempre em frente, sem retorno....começam as emoções mais fortes, para desespero de minha co-piloto , fotógrafa e grande amiga Andréa Dantas....Comadre vão embora peloamordedeus!



c Depois de atravessarmos alguns, nos deparamos com este, o pai de todos os atoleiros. Bem que tentei colocar pedras na lama improvisar uma ponte, nossa última possibilidade de retornar, dali para frente sem jeito de voltar atrás....correr risco de ficar garrada na lama ou não...sem massa de manobra, encurraladas no caminho de ferro



Desistir não é fácil , neste ponto a última chance de dar meia volta, adiante outros inúmeros atoleiros e um carro sem tração, 2 mulheres sozinhas num local ermo, sem retorno nem socorro próximo, munida apenas de um facão cego...
Agendando a próxima tentativa de fotografar os túneis e as cachoeiras, para tal: moto preparada p trilha, acompanhadas de nosso fiel escudeiro o Fredão.
Sorry!
Ainda não foi desta vez.


Onde mais não se vê a luz depois do Túnel, nem tão pouco o túnel...Proibido o acesso.


Toda a região hoje se encontra coberta pela represa.

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domingo, 11 de abril de 2010

"Segredos da Tribo," novo doc do Padilha.

Índios Maxacalis "aldeados" no entorno da Secretaria Municipal de Sáude de Teófilo Otoni, nordeste de MG. Em total situação de miséria e abandono.

Caríssimos tribalistas das Aldeias Blogosféricas!!!
Soem os apitos.
Voltamos a retormar a Pauta "Índios", não podiámos fugir do assunto.
O post de hoje já estava praticamente done, pode esperar.
A questão indígena tem absoluta prioridade...
A Cíntia, colaboradora e amiga sempre antenada e interligando tags, nos informou do lançamento de um documentário Bombástico, do José Padilha exatamente sobre a questão indígena.
O filme "Segredos da Tribo", revela a face cruel subvertida dos que se diziam protetotores dos povos indígenas.
Vamos pautar um outro post sobre os Antropólogos indigenistas heróis do bem, como os Irmãos Vilas Boas, Ailtom Krenak , etc...
Não podemos também generalizar.
Valeu Cíntia!
Vamos trancrevê-lo aqui e debater a questão no postar comentários.
Ei-lo, copy e paste do IG, Último Segundo:


José Padilha mostra antropólogos como vilões no documentário "Segredos da Tribo"
Por Marco Tomazzoni, iG São Paulo


Quem vê de fora, acha que "Segredos da Tribo", o novo documentário de José Padilha ("Tropa de Elite", "Ônibus 174"), vai mostrar um outro lado dos ianomâmis, que caíram nas graças dos pesquisadores na década de 1960 e foram até visitados por Sting 20 anos depois, quando a floresta Amazônica e a importância de sua preservação conquistaram a mídia. Mas o filme – que abre o festival É Tudo Verdade no Rio de Janeiro – mostra, isso sim, os segredos escabrosos de outra tribo, a dos antropólogos estrangeiros que passaram a estudar os índios na fronteira entre Venezuela e Brasil. Vêm à tona escândalos de genocídio e exploração sexual, coisa de fazer a comunidade científica se esconder embaixo da poltrona.
Nada disso, porém, é algo inédito. A polêmica se instalou ao longo dos anos em artigos de publicações especializadas, livros e, eventualmente, na imprensa. Aqui, no entanto, Padilha reuniu material de arquivo e colheu depoimentos de acadêmicos de várias partes dos Estados Unidos e da Europa, em um bate-boca de PHDs bastante incomum. Os ianomâmis também são ouvidos e daí fica claro que, mesmo com toda essa confusão entre doutores, quem saiu perdendo e viu sua cultura ser pisoteada pelos ocidentais foram os índios. E se instala a discussão filosófica: até que ponto a antropologia pode interferir nos povos que estuda?
Pode parecer assunto para universitários, mas o debate traz assuntos para deixar ninguém sem opinião. O antropólogo norte-americano Napoleon Chagnon foi um dos primeiros, em 1968, a chegar na região do rio Orinoco, na Venezuela, e estudar os ianomâmi, talvez a última civilização intocada de nossa era – eles não conheciam o homem branco e, dependentes apenas da selva, proporcionavam um mergulho em milhões de anos na evolução
Depois de viver anos entre os índios, Chagnon publicou um livro afirmando que, apesar do aspecto cortez, eles cultivavam uma cultura violenta, de guerra entre tribos, que era refletida na reprodução: índios com ao menos um homicídio nas costas tinham mais esposas e filhos do que os outros. Kenneth Good questionou com veemência essas afirmações, defendendo em outro livro que os ianomâmi eram pacíficos, mas não tinha muita moral para falar: em seus anos morando na Amazônia, casou com uma índia de 11 anos, com quem teve três filhos e causou polêmica ao levá-la aos EUA.
Outra história envolvendo crianças passa pelo francês Jacques Rizot, que assinou alguns artigos com Chagnon. Protegido de Claude Lévi-Strauss, um dos maiores pensadores do século 20, Rizot é acusado de introduzir a prostituição entre os indígenas: em troca de produtos como machados, facas e linhas de pesca, mantinha relações sexuais com garotos e jovens da tribo. Religiosos faziam vista grossa (como fazem até hoje) e os patrocinadores continuavam enviando milhões para as pesquisas do antropólogo.
Casos como esse vieram a público no livro "Trevas no Eldorado", disponível no Brasil e escrito pelo jornalista Patrick Tierney. Tierney descobriu que as primeiras expedições de Chagnon à Amazônia, ao lado do geneticista James V. Neel, foram patrocinadas pelo Comitê de Energia Atômica norte-americano, interessado em obter dados de grupos que viviam isoladamente e não tinham anticorpos para doenças comuns, como a gripe. A equipe, então, recolheu amostras de pele, sangue e saliva dos índios e, segundo o jornalista, introduziu deliberadamente o vírus do sarampo e da influenza na tribo, causando dezenas de mortes.
Nenhuma acusação fica sem resposta (a não ser Rizot, que não quis se manifestar), e Chagnon, hoje aposentado, se defende de ter alterado a cultura dos indígenas para sempre da seguinte forma: "Posso até ser culpado, mas se for, também o é toda antropologia como ciência". Assunto para os etnógrafos ficarem meses discutindo, e está aí um dos méritos do filme, que estreou no festival de Sundance.
Em coprodução com a BBC e HBO, Padilha, talvez por isso mesmo, optou por uma narrativa mais do que tradicional – "Segredos da Tribo", nos quesitos montagem, recursos visuais e trilha sonora, parece ter sido feito na década de 1980. Evidencia, porém, o caráter de "denúncia" que o diretor tem perseguido em toda sua carreira. Foi assim com "Ônibus 174", "Garapa", de certa forma em "Tropa de Elite" e deve ser com "Nunca Antes na História deste País", futura ficção com enfoque no escândalo do mensalão. Pode causar certo ranço, mas é inegável: difícil ficar impassível diante da obra dele.
FIM


Comentário de Ana Paula:


Cintialishka, essa matéria sobre a antropologia e danos colaterais é ótima, passou da hora de denunciar os abusos da tal ciência "comportamental".
Eu me lembro desse Kenneth Good em uma revista tipo "Nova", uma matéria revoltante romantizando a situação, algo como "O homem que se apaixonou pela índia". Lembro ainda dos irmãos Vilas-Boas denunciando este tipo de envolvimento, irritadíssimos, chamando o antropólogo de irresponsável.
Alguns anos depois li em algum lugar que a índia "desposada" por ele voltou para a sua tribo e se recusa a falar do passado. O infeliz ficou nos Estados Unidos com três crianças que não devem estar entendendo até hoje porque a mãe delas nunca mais quererá vê-las.Isso sem contar o abuso sexual desse monstro do Rizot, que ainda tem o topete de levar o resto com ele, vagabundo, ordinário, bandido, se matar 100 vezes essa besta imunda não morre o tanto que a gente gostaria.Cruzes. Implantar vírus em tribo intocável, isso é ciência nazista.
10/4/10 23:21

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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Rio de gemidos e desolação!!!


Niteroi, morro do Bumba, 9 da noite de 7 de abril, ouve-se um enorme estrondo e uma avalanche de lama se desloca do alto do morro, soterrando pessoas, varrendo do mapa ruas, casas, igrejas, creches, carros.

No momento não mais chovia, mas ainda assim a terra encharcada cedeu, para a surpresa da despreparada defesa Civel, que não emitiu nemhum alarme aos moradores daquela comunidade.

Tragédia que poderia ser evitada!!!

Desolados e atônitos, enquanto esperavam por socorro nos primeiros momentos os próprios moradoeres cavam como podem para retirar sobreviventes que imploravam por socorro.

Ainda não se sabe quantas pessoas podem estar debaixo dos escombros e lama. graças a Google Earty foi possível um cálculo aproximado, entre 60 e 70 casas, jazem com seus habitantes, esmagados por toneladas de lixo e lama.

Lixo? Sim extamente lixo, o Morro do Bumba onde hoje é local urbanizado e habitado, já foi um enorme lixão, abandonado, acabou por servir de moradia aos pobres desavisados do risco que corriam.

Aí a tragédia assume um perfil cruel, não bastasse as consequências das mudanças climáticas, mais este terrível agravante.

Como pôde um Lixão construído em encosta, depois de desativado, servir de moradia ? Aberração!!!

Onde estavam as autoridades que se omitiram e permitiram que moradias fossem ali construídas?

Responsablidades têm de ser cobradas.

Me pergunto também, onde está o Exército Brasileiro, tão solícito ao Haití, tinha de sê-lo., mas até o presente momento indiferente a dor e clamor do povo Carioca?

Além do desespero de conciliar da dor da perda de entes queridos e a urgência de encontrar abrigo, familiares se revoltam na porta do IML

Ao invés de psicólogos e assistentes sociais, envia-se a tropa de choque para contê-los.

No acidente do air-bus da air-France, um legião de médicos legistas foi recrutada para dar cabo nas autópsias bem como pisológos enfim todo um aparato de suporte às vítmas da tragédia.

A demagogia política eleitoreira foi mais um ingrediente sórdido que agravou esta tragédia. Deslocar moradores de áreas de risco, faz baixar a popularidade e o coeficiente eleitoral.

Diariamente 18 horas, hora do Ângelus rezo a Ave Maria. Me deu um sensação muito ruím e me veio um pressentimento em forma de tristeza de que algo terrível estava por acontecer...

Logo depois da 18 comentei no blog, e tanto Cíntia como Ana Paula, nossas colaboradoras e amigas, também tiveram este feeling..

Abaixo nos comentário (só clicar p acessar, a transcrição da ante-visão que tivemos)

Óbvio que podemos muito pouco com as forças da natureza, mas podemos minimizar a suas consequências. Não temos terremotos, vulções, tsunamis...Pior temos o avassalador descaso do poder público, nas questões de mudanças climáticas.

Isso agora tira voto também... candidtos de plantão.

Temos o dever de cobrar isso das autoridades responsáveis.

Basta de maquiagem, mudanças estruturais urgentes, ou o caos e a ruína desse estado tão abençoadamente Maravilhoso..

O Rio dos encantos mil... Da alegria descontraída do povo carioca, merece !!!

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