terça-feira, 26 de junho de 2012

Rio+20 Xuxesso Marketeiro


                                                    Amigos e Amigas da Blogsfera


Estivemos na Rio+20 e durante dias a fio trabalhando na cobertura para a Nossa Rádio Teófilo Otoni na pessoa do seu gestor e intrépido repórter Evandro Pechir,  a quem agradeço publicamente, por mais uma vez confiar-nos tão desafiante missão. Caso queiram ouvir nossas matérias, só conectar-se ao site da Rádio, no Informativo diário que vai das 7 às 8,30 da manhã.




Valendo ainda horas acadêmicas, estamos em greve nas Federais, efeméride favorável, livres para voar. Assim como foi na eco 92, vinte anos atrás, mnc estava lá e era imprescindível  documentarmos, pesquisarmos, refletirmos, entrevistarmos, compartilharmos sentimentos comuns da preocupação humana com o risco real  e constatado: nossa generosa e abusada Mãe Terra não suporta mais ser tratada como se seus recursos provedores fossem inesgotáveis.
  
Milhares de pessoas do mundo inteiro, esperava-se 50 mil, mais de 240 participaram, mais de 140 mil toneladas de lixo foram produzidas, 1/3 dos quais destinados à reciclagem. Turistas gastaram na Rio+20 mais de 250 milhões.

Aprendemos muito sobre eco tecnologias, soluções sustentáveis, inovação, economia verde, intermináveis palestras, pessoas bem  intencionadas fazendo a diferença nesse mundo de meu Deus. As metodologias para sustentabilidade, atos públicos, protestos, evidenciam a nova tendência de que diferentemente de vinte anos atrás,  o Meio Ambiente era relegado a segundo plano não entrava na pauta da opinião pública como foi agora na Rio+20.

Enfim na aldeia global também achávamos quixotescamente que poderiámos salvar o planeta.
Nos próximos posts publicaremos parte a parte, tudo que lá apreendemos, a sim e muitos cauzos insólitos...

                                       


No momento desta foto, fechada ao público para coletiva de encerramento e balanço dos   Patrocinadores do Espaço Humanidade 2012,  mnc credenciada, dentro da Biblioteca Humanidade.

Num ambiente monastérico, música sacra o tempo todo e dispostos em imensas prateleiras inúmeros livros que os celebers elegeram como seus prediletos,  neste sacro ambiente, os Todos poderosos presidentes da FIESP, Paulo Skif, da  FIRJAM Eduardo não sei das quantas, da gestora de meio ambiente da fundação Roberto Marinho Andrea Firensi.


A partir desta quarta feira será transmitida a série de reportagens.  


Registramos aqui nosso protesto de fazerem da grande responsável pela imensa repercussão do espaço Humanidade e pelo impactante poder da arte de provocar reflexões nas mais de 200 mil pessoas que atravessavam imensas filas para poderem apreciá-las, falamos de Bia Lessa, o pedreiro Valdemar (tá vendo aquele prédio moço? Eu também trabalhei lá), a criação de todo o espaço tem sua assinatura e na grande coletiva à imprensa não foi nem convidada a fazer parte da mesma. 

Conseguimos colocar uma questão saia justa ao Dr Paulo Skif o todo-poderoso da FIESP, que depois de parlar longamente da importância de preservar o planeta com a economia verde, sabe aquele discurso que só um eco-chato poderia conceber... Angelical o Dr garantiu que só poluia antigamente, mas que agora a postura dos membros da FIESP era de inteiro e total esforço de produzir causando um mínimo de impácto ao meio ambiente...E que o Espaço Humanidade era uma marca registrada (patentearam a humanidade!)  FIRJAM, FIESP.

Jogaram a Fundação Roberto Marinho para as Cobras, já que em seu discurso a representante da Fundação para lidar com eco-chatos Andrea Firense, queria que fosse levado para o "Museu do Amanhã" o acervo do espaço, o Bam-bam-bam da FIESP ao contrário quer levar para Sampa.

Temos aí um impasse, que deve ter dado pano para a a manga no backstage...


No momento da coletiva,  jornalistas foram colocando o Dr Paulo na parede, a primeira questionou o alto custo da estrutura, 44 milhões...Ele mostrando ligeira irritação, pois a menina era da Globo news. A bola foi passada para outra sagaz jornalista, desta vez do Jornal Globo, que questionou a contradição que há em que uma instituição que representa o lucro a todo custo estar preocupada com o meio ambiente, exatamente pela atividade industrial dentre as atividades humanas, ser sem sombra de dúvida a que mais polui, ele num tom rude a princípio depois retomando o tom de voz angelical, voltou ao sermão encomendado, de que vamos salvar o planeta.   


Aí mnc ocupou a plenária e no ar recebeu o passe das meninas globais, fomos direto ao ponto, 
Perguntamos ao Dr Paulo, se ele em sua casa fazia coleta seletiva do seu lixo doméstico, ele desconcertado disse que não, mas que ao fazer a barba fechava a torneira e que a culpa dele não reciclar era do poder público, no que foi confrontado por outro jornalista, em SP há 2 anos já tem o caminhão da reciclagem passando nas portas do cidadão.

Estrategicamente a música altíssima neutralizou e encerrou definitivamente a coletiva.


                                                         


Mais tarde a bola da vez foi a da Xuxa, rainha dos baixinhos que teve esquema de segurança de chefe de Estado, chegando mesmo a interromper o acesso dos visitantes para que pudesse entrar. 

A mirabolante ideia de reunir 90 baixinhos do Brasil inteiro, tendo em comum o fato de serem crianças carentes, para por 10 dias no RJ, tudo por conta da Fundação Xuxa Meneguel, escreverem a carta das crianças da Terra...


Devo confessar que fiquei emocionadíssima,  por ter credencial de imprensa pude adentar e testemunhar tudo que se passou naquele Teatro VIP do espaço humanidade, ver aquelas crianças lendo aquela carta, tirando a lente cor de rosa, aposto um dente da frente, não foi escrita por elas, o estilo era da Xuxa...Alô Alô planeta Terras chega de Poluir e destruir...um cordel carioca, lido num clima de forte emoção para depois com a eco-música de trabalho do novo CD da Xuxa ao fundo, ser entregue á Ministra do Meio Ambiente Isabelle Texeira.



                                                      

Quis o sincronismo configurado do Arquiteto universal, que no retorno a Porto Seguro,  pegássemos o mesmo avião dos "baixinhos"  eleitos da Xuxa, indiozinhos Pataxó da Aldeia de Barra Velha, Caraíva, Bahia, devidamente uniformizados com a farda da Fundação Xuxa Meneguel. 

4 horas da manhã quando chegamos com a sanfoneira no Aeroporto Tom Jobim, ela ainda não tinha tomado seu café da manhã, fui comprar e 2 meninos indígenas se dirigiram a mim:
-Tia estamos com fome!

Pude dar vinte reais divididos em notas de 5, pedi à moça da lanchonete que trocasse a nota de vinte, ela tão indignada quanto nossa pessoa. 

A responsável pelos meninos num tom severo disse que era discaramento dos meninos, tomou o dinheiro, mas também não nos devolveu o mesmo.

Nosso vôo que partiu 6 da manhã do Rio fez uma longa escala de quase 4 horas no aeroporto de Confins em BH. A encarregada pelos meninos sumiu por quase uma hora, e os meninos com fome, irriquietos, lá ficaram sem nada comer, quando a encarregada professora retornou, perguntei a elas quando as crianças iriam almoçar, ela me disse em Caraíva, retruquei como? estamos em BH, nem sabemos quando chegaremos a Porto Seguro, que de lá para Caraíva ainda havia um longo caminho de 2 horas de estrada ruím.

Perguntei se Xuxa não tinha dado dinheiro para eles comerem no caminho, ela disse que Xuxa já tinha "dado" muitas coisas a eles, que não era de cuspir no prato que comia...Perguntei-lhe que prato, que comida? Xuxa ganhou muito mais explorando a imagem de vocês que vocês com ela.

Foi um longo bate-boca, ficam 2 possibilidades: Ou Xuxa deu Dinheiro e a responsável pelas crianças não usou este dinheiro para alimentar as crianças. Ou não deu...

Os passageiros todos que testemunharam esse lamentável episódio da vida como ela é, também ficaram revoltados.


                                           

Esse menino ìndio, convidado da Xuxa, foi o que mais nos trouxe repúdio e preocupou....
Com uma severa infecção nos ouvidos, agravada pela altitude, se contorcia de dor, diante da indiferença de sua cuidadora que dizia tratar-se de manha do indiozinho.

De cortar o coração ver o sofrimento do menino e nada poder fazer.

Só outro escracho na cuidadora, que levasse o menino ao médico, pois os sinais evidentes era de Otite Aguda, que se não cuidada, leva a sudez  ou até mesmo óbito por choque séptico.

Bem meus amigos e amigas da blogsfera, da missa não é nem a metade, como já falamos, nos próximos dias estaremos publicando mais posts sobre a nossa odisseia na Rio + 20.


Marcadores: , , , ,