sábado, 29 de setembro de 2012

Urna eletrônica, curral eleitoral high tec???



Bom dia Nação Tupiniquim!

Na reta final para as eleições municipais, uma questão preocupante.
Vindo agora à tona este questionamento...Em apenas 1 hora foi possível quebrar o único dispositivo que ela usa para garantir o sigilo do voto. A chave de segurança é um código único para todas as urnas do TSE.
É como ter uma única chave que abre todas as portas das casas da cidade, pois as fechaduras são todas iguais.
Um olho no peixe e outro no gato...


14/05/2012


Prof. Diego Aranha, da UnB, confirma: urna eletrônica é insegura


Por Osvaldo Maneschy
Na audiência pública para discutir se o voto eletrônico deve ser impresso ou não na última terça 8/5, na CCJ da Câmara, ficou claro uma coisa: o TSE bate de frente com os especialistas em informática que garantem que a impressão é a única forma de tornar segura a urna eletrônica que usamos no Brasil, de 1ª. geração, ultrapassadas, diferentemente de máquinas mais modernas – como a urna eletrônica argentina, de 3ª. geração – que imprime o voto e permite que o eleitor o confira. (OM)
“Tivemos apenas uma hora de acesso ao código-fonte da urna eletrônica brasileira, mas foi tempo suficiente para quebrarmos o único dispositivo que ela usa para garantir o sigilo do voto”,
afirmou o professor Diego Aranha, do Departamento da Ciência da Computação da Universidade de Brasília, em depoimento na audiência pública realizada nesta terça-feira (8/5) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal para debater se a impressão do voto eletrônico prevista para começar a partir das eleições de 2014, segundo alguns especialistas a única maneira de conferir os resultados produzidos pela máquina de votar, é necessária ou não.
O projeto de lei 2.789/2011, neste momento em discussão na CCJ, revoga a impressão do voto prevista na Lei n° 12.034, de 29 de setembro de 2009. Também participaram da audiência Na CCJ a Vice-Procuradora-Geral do Ministério Público Federal, Sandra Cureau; a advogada Maria Aparecida Cortiz, representante do PDT no TSE e outros quatro professores doutores da área da Ciência da Computação: Pedro Antônio Dourado de Rezende (UnB), Mamede Lima Marques (UnB), Walter Carnielli (Unicamp) e Antônio Montes filho (CTI). E o engenheiro especializado em segurança de dados Amilcar Brunazo Filho, que também representa o PDT no TSE.
A audiência pública durou mais de quatro horas e foi aberta pelo presidente da CCJ, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) e depois presidida pelo relator, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). A lei da impressão do voto (N° 12.034), iniciativa dos então deputados Brizola Neto (PDT-RJ) e Flávio Dino (PCdoB-MA), foi sancionada pelo presidente Lula em 2009 apesar das gestões do TSE contra. Já o pedido de revogação dela, em discussão, foi apresentado pelo Senador Lindberg Farias (PT-RJ) a pedido do TSE e aprovado (PLS-478/2011) com a ajuda de Demóstenes Torres, que a relatou.
SIGILO QUEBRADO
Diego Aranha, professor-doutor de 27 anos, há um mês chefiou a equipe da UnB que mais se destacou nos testes de segurança promovidos pela Secretaria de Informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para testar as defesas da urna.
“Descobrimos que a hora e os segundos do relógio da urna eletrônica são usados como semente para embaralhamento dos votos a partir da zerésima, vulnerabilidade semelhante a que foi descoberta há 17 anos no Netscape, software comercial, por dois calouros de Ciência da Computação americanos”, explicou.
Instigando os deputados, questionou:
“Que leitura se pode fazer, do ponto de vista da segurança, de um sistema que colapsa depois de uma hora de exame e apresenta a mesma vulnerabilidade de 17 anos atrás de um software comercial?”
Sobre a obrigatoriedade da impressão do voto, tema da discussão, foi enfático: é consenso na área acadêmica de que para garantir a integridade do voto produzido por máquinas semelhante às brasileiras, totalmente dependentes de softwares, só existe um caminho seguro: a impressão do voto.
“O voto impresso e a apuração por amostragem são as formas mais simples e compatíveis para permitir a verificabilidade dos resultados, independente do software, para que a urna brasileira satisfaça aos mínimos requisitos e seja considerada segura”.
Acrescentou:
“Não existe sistema inviolável, isto é até uma impossibilidade teórica. Na área de segurança de softwares, o trabalho não é projetar sistemas invioláveis, é projetar sistemas onde o custo do ataque seja demasiadamente alto”.
E finalizou:
“Fica a cargo de vocês a conclusão se é alto ou não o custo de tentar fraudar uma eleição para alguém que tenha motivação financeira ou política para isto”.
INTERFERÊNCIA DO TSE
Sandra Cureau, primeira a ser ouvida na audiência pública da CCJ, Vice-Procuradora-Geral do Ministério Público Federal e autora da ADI 4543 (Ação Direta de inconstitucionalidade) que pediu o fim da impressão do voto eletrônico em 2014, exatamente como defende o projeto do Senador Lindbergh Farias, razão de ser convidada para o debate na Câmara, explicou as razões que a levaram a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o fim da impressão do voto, ação já liminarmente aprovada por unanimidade pelos ministros.
“O colégio de presidentes dos tribunais regionais eleitorais me encaminhou um pedido para que entrasse com uma ADI pelo Ministério Público Federal contra o Artigo 5º e seus parágrafos, da Lei 2.034/2009, porque neste artigo está previsto que o voto impresso contenha a assinatura digital do eleitor; o que, no meu entender e na dos presidentes dos TREs, fere a liberdade de votação e quebra o sigilo do voto garantido pelo Artigo 14 da Constituição”, argumentou.
“Este sistema introduzido pelo Artigo 5º pode retroagir a um período que preferimos esquecer porque a maioria de nosso eleitorado é formada por gente com pouca instrução, que mora em regiões e locais dominados por milícias, traficantes ou coronéis – e o simples fato de haver possibilidade de confronto com o voto impresso do eleitor, pode influir decisivamente contra a liberdade”.
Sandra Cureau disse que o presidente do TSE à época, Ricardo Lewendovski, a ajudou junto a Secretaria de Informática do TSE para que instrumentalizasse melhor a sua petição inicial, já que – reconheceu – entende de Direito, não de informática. “Usei basicamente os argumentos preparados pela Secretaria de Informática”, confessou.
“O Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, conceder a liminar a minha ADI e ele poderia não conceder. O Ministro Lewandowski, por exemplo, argumentou que acoplar uma impressora à urna eletrônica, do ponto de vista tecnológico, é a mesma coisa que equipar um avião a jato com uma bússola a vapor”.
E o ministro Ayres de Brito, acrescentou, quando presidiu o TSE, designou uma comissão de alto nível para examinar a questão e ela apresentou relatório contundente contra a impressão do voto.
A advogada Maria Aparecida Cortiz, segunda a falar na audiência, contestou Sandra Cureau. Explicou que investida pelo PDT como Amicus Curiae na ADI, tentou ser ouvida antes da liminar do STF, mas não conseguiu.
“Causou espanto a Dra. Cureau ter proposto a ADI com base apenas nas informações fornecidas pela Secretaria de Informática do TSE – já que ela é quem administra o processo eleitoral e a urna eletrônica é uma espécie de “filha” dela”. Detalhou que ela, como advogada, quando não entende de um assunto – procura se assessorar ouvindo opiniões diversas para que se posicione a respeito. Uma ADI, explicou, depois de iniciada – não pode mais ser interrompida e por isso, assinalou, na sua opinião a Dra. Cureau deveria ter procurado outras fontes de informações, na área da Ciência da Computação por exemplo, antes de elaborar a petição inicial.
“A Dra. Cureau deveria ter buscado mais informações não só no mundo acadêmico como também no mundo jurídico”, alfinetou. Aparecida Cortiz classificou a ação do Ministério Público Federal de inepta por conter erro crasso. “Foi pedida a revogação de todo o Artigo 5° da Lei 12.034/2009, mas a argumentação se prende apenas aos dois parágrafos do artigo, por isso a ação é inepta”.
Aparecida Cortiz argumentou:
“Ela própria (Cureau) confessou que recebeu pronta do colégio de presidentes dos TREs a representação que usou como base para sua inicial”.
E quanto a liminar concedida pelo Supremo, disse:
“Os ministros que votaram no STF são, também, do TSE. Logo não serão eles a dizer que no TSE há coisas erradas, isto é contra a natureza humana”.
Outro palestrante, mas em defesa das máquinas de votar da forma que elas são, o professor Mamede, também da UnB, destacou que desde 1996, quando começaram a ser usadas, até agora, as urnas eletrônicas já foram usadas por 1,5 milhão de candidatos, sendo que destes 180 mil já se se elegeram deputados, prefeitos e vereadores; 1.539 se tornaram deputados federais, 81 se tornaram governadores e três chegaram à Presidência da República.
Outro crítico da urna, o professor Pedro Rezende, da Unb, falando da quebra do sigilo do voto obtida pelo seu ex-aluno na UnB Diego Aranha, agora professor, lembrou que esta discussão é antiga. O voto secreto instituído no Brasil com a Revolução de 30, na verdade, é uma conquista da Revolução Francesa. Destacou que Napoleão, no período imediatamente posterior à Revolução, convocou um plebiscito para revogá-lo. Plebiscito onde os franceses disseram “sim” ou “não” ao voto secreto – constrangidos pela presença de um oficial de justiça como garantia de que não escreveriam outra coisa na cédula que não fosse o “sim” ou “não”, pela versão oficial.
No Brasil, acrescentou, a impressão do voto chegou a ser introduzida nas eleições gerais a partir de 2002, pouco depois da violação do painel eletrônico de votação do Senado, mas ela foi substituída pelo Registro Digital do Voto, por iniciativa do TSE que fez aprovar lei no Congresso neste sentido, embora ele e vários outros especialistas da área de Computação não tenham sido ouvidos e tenham condenado a iniciativa através de um manifesto que reuniu milhares de assinaturas.
“Tornar o Registro Digital do Voto (RDV) em um instrumento de fiscalização único equivale a verificar a integridade de um documento de origem duvidosa comparando-o com a cópia Xerox do mesmo”, argumentou.
Pedro Rezende, referindo-se à apresentação de Sandra Cureau na CCJ, destacou que “confundir a assinatura digital da urna com a assinatura digital do eleitor” como fez a representante do Ministério Público, do ponto de vista técnico, “é uma confusão completamente gratuita” porque se os responsáveis pela criação tivessem sido ouvidos, ou especialistas em Informática, e não apenas a Secretaria de Informática do TSE, esta confusão teria sido desfeita em sua origem.
Respondendo a um deputado assustado com as afirmações feitas sobre a segurança da urna brasileira que disse ter esperança de que o problema fosse apenas técnico, Pedro Rezende afirmou:
“Acompanho este processo há mais de 10 anos e com base na minha experiência,vejo que estamos diante de um impasse da harmonia que deveria existir entre os poderes republicanos. A forma como que a Justiça Eleitoral tem agido em interesse próprio no processo legislativo, especialmente no Senado, me preocupa”.
ARGUMENTOS FALSOS
O depoimento do engenheiro Amilcar Brunazo Filho fechou a audiência pública. Brunazo reforçou o argumento de que em momento algum a lei que instituiu o voto impresso, a 12.034/2009, deixou margem para que se confundisse a identificação digital da urna com a do eleitor, e que na sua opinião a argumentação dos presidentes dos TREs, reforçada pela posição do ministro Lewandowski, não passava de uma falácia.
“A Lei diz claramente que nenhuma informação pode associar eleitor e voto”, explicou.
Explicou também que a militância do TSE para impedir a impressão do voto, é antiga, anterior ao projeto que estava sendo discutido na CCJ naquele momento. Em 2002, reunidos em Florianópolis, os presidentes de TREs concluíram ser imperativo acabar com a impressão do voto eletrônico e, no lugar dele, instauraram o RDV.
Como a Lei de 2009 restaurou a impressão, a Justiça Eleitoral voltou a carga e para basear os seus argumentos, com a ajuda da Secretaria de Informática do TSE produziu um vídeo, apresentado no Colégio de Presidentes de TREs, falacioso. Para induzir a aprovação do fim do voto impresso, esse vídeo mostrou um eleitor votando duas vezes – sugerindo que a lei do voto impresso acabaria com o terminal do presidente de mesa, o que não é verdade; e o mesmo eleitor anotando na mão o número que, segundo o filme, seria o do registro digital do seu voto – permitindo que depois o sigilo do voto fosse quebrado – outra falácia, segundo Amilcar.
“A identificação digital da urna, prevista na Lei 12.034, no seu Artigo 5° e seus dois parágrafos, é para impedir que um voto impresso falso, gerado em outra, urna seja depositado dentro da urna”, explicou Amilcar.
Dirigindo-se aos deputados, destacou:
“Assim, senhores, com base nessas informações falas é que o presidente do TSE levou a discussão para o colégio de presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais e estes, por sua vez e com os mesmos argumentos falsos, informações incorretas, fizeram a carta pedindo ao Ministério Público Federal a instauração da ADI que acaba com o voto eletrônico impresso”.
Brunazo acrescentou ainda que Sandra Cureau disse, ao antecedê-lo na audiência pública, que os ministros do STF poderiam ou não acatar a sua tese de acabar com o voto impresso, contida na ADI.
“Mas como isto seria possível se foi o próprio presidente do TSE que levou a questão para o colégio de presidentes dos TREs e depois repassou para ela as razões da ADI. Ele ia jogar contra ele próprio?”
Referindo-se à apresentação, ocorrida pela manhã, também na Câmara dos Deputados, de uma urna eletrônica fabricada e usada nas eleições da Argentina, disse ainda: “A urna argentina é uma prova material de que as urnas eletrônicas podem não só imprimir o voto conferível pelo eleitor, como também produzir o registro digital conferível pelo eleitor”. Por isso, acrescentou, elas são muito mais modernas e seguras que as brasileiras – até porque o voto eletrônico na Argentina só foi introduzido em 2006.
Na opinião de Amilcar, a atitude do TSE e do Ministério Público Federal de impedir que as urnas eletrônicas imprimam o voto não passa de “ativismo jurídico, tentando impor a sua vontade ao Legislativo”. O mundo inteiro já evoluiu, em matéria de máquinas de votar, para urnas de 3ª. geração enquanto se insiste no Brasil em máquinas totalmente dependentes de softwares, inseguras.
“Soluções tecnológicas para resolver o problema existem e estão a disposição, mas não há vontade política de implementá-las já que as falhas da urna brasileira, todas elas, são sanáveis”.
E atacou:
“Viramos um curral eleitoral, nenhum brasileiro pode ver o que foi gravado como registro do seu voto” e isto, nos dias de hoje, na sua opinião, é um absurdo.
Concluindo, afirmou:
Minha proposta é que a CCJ da Câmara rejeite esse projeto de lei oriundo do Senado porque ele não passa de mais uma tentativa do administrador eleitoral de se ver livre de uma fiscalização eficaz da sociedade”.



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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A lenda da Esmeralda ...Colheita de uma só safra

                                       Coleção de canudos gigantes em formação de esmeraldas Carnaíba na rocha mãe



A  "Pessoa  de Pedra" em forma de canudos gigantes de esmeraldas na imagem acima,  congela um último carinho e palavras  de despedida.
Estamos em 1998, nosso "stand" na Feira livre de Pedras Preciosas. Acabava de vendê-las e estavam para serem cuidadosamente embaladas (todo um know-how) para a viagem, juntamente com as outras  peças  menores ao total de 4 peças, por 150 mil dólares. 
Durante uma semana convivi intensamente com estas preciosidades, ficava horas a fio a  registrar na memória cada canudo que ela continha, o cromo de seu vanádio, seus pontos cristalizações, terminações, formas de inculsões, trincas...As energias ocultas que moravam nelas. 
Iriam segundo seus compradores, um casal de gemólogos austríacos, morar num museu de mineralogia em Viena.
Esclarecemos que foi ex-work nosso tipo de venda, cabendo de nossa parte um certificado de origem do Sindicato dos Garimpeiros. Nas transações de exportações ex-work, quem cuida de todos os procedimentos como GE (guia de exportação, transporte, etc)  é o  COMPRADOR. 
Na transação a mim restou 5% de comissão e um pequeno canudo de esmeralda como um mimo do vendedor (Sr Assis) de não mais de 10 gramas, que tenho como pedra de estimação.
Referimos xamânicamente "Pessoa de Pedra"  indo no post, tudo explicadinho com um monte de dicas sobre como usar a energia das gemas minerais, mas volta aqui  tá? :  Metagemologia "A ciência oculta das gemas".
Esta magnífica "Pessoa de Pedra" que mnc está mergulhada na apreciação e reverência na foto,  especialmente por ter reconhecido nela  sua beleza, raridade, energia emanada. Sabia que nunca mais iria encontrar outra similar...
 Vulgarmente os comerciantes denominam peças como esta acima de "CANGA",   conteúdo da cangalha  imposta aos burros...Não ao acaso, é uma estratégia dos compradores nominar gemas minerais com nomes depreciativos, facilita a "Bacia das Almas", metáfora usada pelos garimpeiros quando vendem a um preço irrisório seus "cambalachos", muitas vezes por uma feira de feijão, toucinho e querosene. 
Cambalacho é também  outra palavra criada para depreciar lotes de gemas minerais, enquanto estão na mão do "Cambalacheiro"  profissional nativo que as vendem. Depois já nas grandes Joalherias , transformam-se e multiplicam   ao infinito o valor... "Ametista rose du France",   "Quarzos Green Gold" , "Água Marinha Marta Rocha (pela cor dos Olhos da Miss)" , Safira Lady Diana....
Durante muitos anos trabalhamos no árduo ofício de  intermediária e intérprete no Gem trading, do qual era carinhosamente apelidada  "Rainha dos cambalacheiros", posto meu trabalho de secretária executiva  uma das  criadoras da "ACOMPEDRAS", ass dos corretores do comércio de pedras preciosas de Teófilo Otoni. O saudoso Gemólogo Horizon começou com esta brincadeira por minha atitude aguerrida em relação às mazelas do ramo...Um reino que abdiquei por uma vida simples á beira mar em Arraial d'Ajuda no trem dos 500 anos, após inúmeros dissabores, canos levados. Me faltava brilho de cifrão nos olhos.
Infelizmente no Brasil nossas riquezas minerais saem pelo ralo obscuro do contrabando, para brilharem e enriquecerem terceiros especuladores, que não pagarão o impacto ambiental causado pela sua exploração.  Nas áreas  gemíferas do Brasil não vemos nenhum retorno da riqueza produzida, muito pelo contrário,  quanto mais rico suas entranhas, mais  miserável é sua população.
Por esta e outras é que deixamos de trabalhar nesta área, ao apreciar uma gema como esta acima o brilho dos olhos viam da admiração pelas maravilhas que a alquimia no interior da Terra gerou, num remotíssimo passado, há centenas de milhares de anos, as tramas que o Arquiteto do Universo revela. temos agora uma outra relação não comercial com elas...Como o HD de safira que dura 10 milhões de anos e que vai armazenar dados para gerações futuras...
Em nosso labutar, estivemos em inúmeros garimpos, Veja aqui, post "As pedras do caminho", inclusive no Garimpo de Carnaíba, berço de esmeraldas, de onde saíram estas da imagem acima e a que está causando o maior frisson na Mídia desde 2009. Avaliada em 2 bilhões de dólares, voltou á pauta das head lines pelo Fantástico que contou a história da Esmeralda Baiana...
Foi na Carnaíba, Campo Formoso, encravado no agreste baiano que aprendi uma lição daquelas que vão para o resto da vida. Estava acompanhando um Inglês comprador, e na casa de um rico proprietário de garimpo, que ao longo de sua vida tirando a cabeceira de diversos lotes de esmeraldas, juntou um lote de 4 milhões de dólares em  canudos cristalizados, de verde musgo, para lapidação(a pedra mais difícil de comprar em bruto).  Ao canto uma criança de uns 6 anos de idade, fiz uma gracejo tentando conversar com a garotinha, não havia percebido ainda... O pai, proprietário do rico tesouro exposto à minha frente, chamou a Mãe para que a retirasse do recinto...Disse a ele, que a presença da menina a nada nos incomodava. Num desabafo nos contou, a menina,  faltou oxigênio quando nasceu, naquele lugar sem nenhuma recurso, nunca iria andar, falar, entender...Daria toda aquela fortuna para que pudesse ver sua filha normal como as outras crianças...
Em  parâmetros gemológicos comparativos, a denominada  bafhônica"Esmeralda Baiana"   centro de disputa e a que acariciamos na imagem acima, é infinitamente maior sua qualidade, não só pela quantidade e qualidade  dos canudos (Mais verdes e terminados), pelo tamanho e pelo peso. Tire sua conclusão também comparando as 2.  Analisando com olhos técnicos, nota-se que a esmeralda bafhônica tem muito mais xisto (matriz), do que canudos, e os canudos estão danificados, sem terminação, tem muito carvão e trincas. Não se pode lapidá-las, só algumas partes mínimas, biriba para indiano tratar. 
Em termos comercias, a esmeralda baiana foi penhorada como moeda de troca para consignação de um lote de diamantes, 
supomos que o dono do lote de diamantes desconhecia o exato valor da peça. Como frisamos, esmeralda bruta é a pedra mais difícil de ser avaliada, só experts lapidários sabem avaliar o porvir, posto que são frágeis e suas trincas se rompem com facilidade...Teve até uma época da esmeralda cabo de escova de dente, em que o pessoal moia as de cor verde esmeralda e introduziam nas fendas, quando o pobre ia lapídar, esfarelava tudo, foi a ruína de muito gringo distraído, que mesmo sendo especializado em esmeralda lapidada se metia a comprar bruto
Claro que foi um golpe, o lote de diamantes valia 400 milhões de dólares e o Thomas adquiriu por 50 mil a Pessoa de Pedra dele. 

Os  parâmetros acima descritos, no trading de espécimes minerais para colecionadores é motivo de desvalorização. Este tipo de prospecção tem de ser elaborada na base da picareta, sem explosivos, exatamente para se preservar a forma exata que a Mãe Terra lapidou, este é valor eixo. Os colecionadores de espécimes raras consideram um heresia lapidar ou colar, remendar, qualquer pedacinho que seja...São muito experientes e reconhecem imediatamente alguma possível fraude. 
Em termos de sustentabilidade, o garimpo artesanal de gemas minerais, causam um impacto infinitamente menor do que os das grandes mineradoras, que usam dinamites e maquinário pesado, e à medida que o mercado de gemas raras e mineral speciments  cresce, o cuidado em cavar o solo torna-se maior. 
Vale lembrar que todo garimpo para ser regulamentado pelo IBAMA  precisa de estudo de impacto ambiental e um plano de manejo sustentável, depois de explorado o veio, é obrigação fechar o buraco e reflorestar a área. 
No garimpo de gemas minerais não se usam mercúrio, nem produtos químicos.
Em nossos próximos posts,  aprofundaremos mais na História da produção de esmeraldas no Brasil e entrevistas com seres lendários do garimpo e seus cauzos, nas ondas sonoras de  nosso blog-radiotube.
Um grande abraço a todos e muito obrigada pela visita! 







Tamara Audi, The Wall Street Journal – VALOR


Pouco antes do Natal, investigadores do Departamento de Polícia de Los Angeles, na Califórnia, desmontaram um caixote de madeira do lado de fora de um depósito para encontrar o que procuravam há meses: uma esmeralda brasileira de quase 400 quilos que teria sido roubada.
Agora, a tarefa deles é descobrir quem é o dono da pedra. Até agora, pelo menos cinco pessoas reclamam a propriedade.
“Parece que quanto mais eu falo com as pessoas, mais pessoas alegam ser donas disso”, disse o tenente Thomas Grubb, que chefia o time de investigação do caso. “Ainda não conseguimos saber quem não é suspeito, de verdade.”
Diante da dificuldade de determinar quem é o verdadeiro dono da esmeralda, Grubb decidiu mantê-la trancada enquanto a investigação prossegue. Enquanto isso, uma corte civil de Los Angeles planeja ouvir vários reclamantes amanhã.
Grubb, que passou a maior parte dos 26 anos de carreira investigando o narcotráfico, tomou conhecimento do caso em setembro passado. Um homem chamado Larry Biegler ligou para a delegacia dizendo que sua esmeralda gigante havia sido roubada de um depósito na área de Los Angeles. A pedra vale perto de US$ 400 milhões, disse ele.
Os detetives de Grubb começaram então a investigação. Eles descobriram que a esmeralda estava sob a posse de dois empresários, Todd Armstrong e Kit Morrison, que foram encontrados numa pequena cidade no oeste do Estado de Idaho, chamada Eagle. Quando os detetives chegaram lá, Armstrong estava tentando vender a esmeralda. “Topamos com um imprevisto”, Armstrong diz ter falado a seu comprador.
Os homens de Idaho disseram que a esmeralda lhes pertence. Eles afirmaram ao Wall Street Journal que pagaram a Biegler US$ 1 milhão por diamantes que nunca receberam. Segundo eles, Biegler colocou a esmeralda como garantia dos diamantes. Como essas pedras não foram entregues, eles tiraram a esmeralda do depósito de Los Angeles. Eles mostraram aos detetives uma pilha de documentos que, segundo eles, sustentariam seus argumentos.
Biegler, um comerciante de pedras preciosas e investidor imobiliário, nega a afirmação dos empresários de Idaho. Ele diz que cumpriu sua parte no negócio com os diamantes e que os dois homens concordaram em pagar US$ 80 milhões, preço aceito por ele.
A dupla de Idaho aceitou deixar a esmeralda com os investigadores até que a questão fosse resolvida. Mas a pedra preciosa nem estava em Idaho. Armstrong e Morrison a haviam colocado num armazém de segurança em Las Vegas.
Grubb passou então a preparar a viagem a Las Vegas. Na manhã em que os investigadores saíram para pegar a esmeralda, ele lhes disse: “Vamos parar no caminho e fazer um bom café da manhã. Vamos pegar uma prova de US$ 400 milhões. Não vamos parar na volta”.
Quando Grubb finalmente colocou os olhos na pedra, ele disse: “Nem parecia de verdade”.
Quem a viu a descreve como um bloco negro com cilindros de cristal verde que saem dele como braços. Especialistas em pedras preciosas dizem que cristais brutos com essas dimensões são raros. Uma esmeralda como essa normalmente não seria quebrada em pedaços para a fabricação de jóias. O mais provável é que seja vendida intacta para um colecionador privado ou um museu. Uma avaliação feita no Brasil fixou o preço da pedra em US$ 372 milhões, de acordo com documentos apresentados ao tribunal de Los Angeles.
No entanto, George Harlow, curador de minerais e gemas do Museu de História Natural de Nova York, diz que os espécimes minerais mais interessantes podem levar o preço para alguns milhões de dólares. “Mas centenas de milhões? Desconheço qualquer tipo de pedra preciosa que tenha chegado a esse preço.”
Até agora, a esmeralda baiana não chegou a ser vendida por nenhuma fortuna. Mas, certamente, está perto disso. Ela foi extraída de uma mina na Bahia, em 2001. As esmeraldas do Estado estão entre as mais antigas da Terra, formadas dois bilhões de anos atrás, segundo o Instituto de Gemologia da América.
Os primeiros donos da pedra foram Elson Alves Ribeiro dono da empresa de exportação Folheados Paulista, e seu sócio Ruy Saraiva, de acordo com documentos apresentados ao tribunal por Ken Conetto, um empresário de San Jose, na Califórnia.
Em 2005, Ribeiro e Saraiva mandaram a esmeralda para Conetto, nos EUA, que diz ter mantido a pedra guardada em San Jose enquanto tentava achar um comprador. Ele disse que não pagou pela pedra, mas concordou em dividir o lucro com os brasileiros.
De San Jose, Conetto enviou a gema para New Orleans, onde julgou ter um comprador certo. Quando o furacão Katrina chegou, ele inundou o armazém onde a esmeralda estava guardada, diz Conetto. A pedra ficou submersa durante semanas, e a venda não foi concluída. A esmeralda voltou a San Jose.
Conetto recrutou Biegler para ajudá-lo a vender a pedra.
Eles achavam que poderiam encontrar possíveis compradores em Los Angeles. Então, em junho passado, puseram a pedra numa perua e foram eles mesmos dirigindo, disse Conetto. No meio do caminho, o carro quebrou, deixando os dois homens e sua esmeralda no meio de uma autoestrada. Eles empurraram a van até um hotel. Conetto disse que pagaram à dona do hotel e ao namorado dela para ajudar a botar a esmeralda em outra van.
Finalmente, a pedra chegou ao condado de Los Angeles, onde ficou num armazém.
Mas as relações começaram a deteriorar entre Biegler e Conetto, segundo ambos. Biegler disse ter tomado posse da pedra depois que Conetto a usou como garantia de um empréstimo que não pagou.
Conetto diz que, de fato, nunca pegou o dinheiro e que a esmeralda ainda lhe pertence.
Não é raro que gemas sejam usadas como instrumentos financeiros para acordos de negócios, passadas para lá e para cá em papéis entre corretores mesmo sem nunca sair do cofre. Isso pode levar a que várias partes usem um maço de documentos para reivindicar direitos sobre a mesma gema.
Enquanto isso, outros reclamantes continuam a surgir. Anthony Thomas, um comerciante de gemas dos arredores de San Jose, diz que é o dono porque pagou US$ 60.000 pela pedra aos brasileiros, em 2001. Thomas também deu entrada numa ação no tribunal de Los Angeles.
Amanhã, o tribunal vai comçar a ouvir as histórias das partes que disputam a propriedade da pedra. A esmeralda, contudo, continua tracafiada sob a custódia da polícia.



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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Dossiê Arraial.


   Buenas Blogsfera!
   Estamos inaugurando uma nova fase. Podcasts, entrevistas em  áudio, vivavoz, a gente vai poder publicar aqui no post.
   Um leque de novas possibilidades, nosso "Bastão que fala" o "rádiotube" uma super ferramenta para cidadania, faz isto pela gente. Dar voz aos nossos personagens, sair desta esfera de blog umbigo, outros pontos de vista que são sempre muito bem acolhidos.
   Neste primeiro post, entrevista com João Pescador, um corajoso depoimento em que escancara as mazelas ambientais que  estão pouco a pouco destruindo o bioma nativo de Arraial d'Ajuda.
Confiram, entrevista em 3 partes, não mais que 10 minutos as 3, lembrando que mídia de áudio são mais leves, carregam mais rápido, enquanto a gente vai ouvindo as imagens e textos estão sendo sendo ativadas:








                                     


Praia dos Pescadores, Arraial d'Ajuda, Bahia, Brasil


Casa instalação do João, à beira mar pura  expressão da arquitetura espontânea 
João Pescador, nosso entrevistado




Instalação Artística a casa Gaudi do Pescador João,  coisas que o ir e vir das marés lhe trazem

Varanda com vão de osso de baleia

Não raro baleias Juabartes aparecem agonizantes ou já mortas.
Biólogos  acreditam que depois da inauguração do porto da VERACEL, mais ao norte em Belmonte, interferência  na rota das mesmas, o incidência passou a ser maior. 
O procedimento dos pescadores quando isto ocorre, é  enterrá-las por 9 meses, depois disto é desenterrada e seus ossos ficam assim bem branquinhos.






Estas imensas manchas escuras, são  sobrenadantes gordurosos, com  forte odor fétido de esgoto, sempre perceptível nas primeiras  primeiras horas nos dois primeiros dias de lua  cheia, quando a maré é baixamar.
Esta ocorrência sinaliza tratar-se de despejos clandestinos de esgoto sem tratamento no mar.
Esta informação torna-se relevante, na aferição da qualidade de água,  posto que se colhida amostra deste sobrenadante pode-se chegar mais precisamente na constatação, pode ser a causa da eutrofização, super população de algas, um desiquilíbrio causado por  matéria orgânica em demasia (esgoto), causando desiquilíbrio, retirando  oxigênio da água e tendo como consequência o desaparecimento de peixes e frutos do mar. 



A imagem de Nossa Senhora d'Ajuda em procissão, trazida em 1543, todos os anos, dia 15 de agosto tras milhares de romeiros e peregrinos. Emocionante.Veja mais clicando aqui



Perto da casa de João Pescador, os restos do alicerce e a escada acima, são amostras do poder da natureza, lembrete aos incautos que a desafiam.
 Um destes estrangeiros, metidos a besta que aqui chegam, como colonizadores, abarrotado de euros, comprou um imenso terreno à beira mar.
Muito astutamente, fez suas medições de extrema em relação à área da Marinha, na maré baixa,  ergueu um alto muro, grossa muralha. 
Em marés altas barrava a circulação livre do pessoal era interrompida. Moradores, turistas, todo mundo tinha que dar uma volta imensa pela estrada, um transtorno a todos, revoltados e praguejando ao dono dos domínios que o muro garantia. Nativos que desde Cabral, iam e viam livremente em suas caminhadas, se viam forçados ao maior esforço, inclusive os que carregavam peso.  
Em um dia de fúria do mar na maré grande de março, o muro foi arrancado pela força das ondas. 
Virou lenda arraiana, o local encontra-se abandonado, do proprietário e do que foi feito dele pouco se sabe, uns dizem que está com uma doença daquelas que nem todo o dinheiro do mundo compra o remédio, outros que está preso na Europa e outros ainda que já foi prestar contas para Deus. A escada partida é motivo de curiosidade dos turistas que se sempre se pergunta, como aquilo aconteceu...
A mesma maré grande que deixa a casinha do João intacta, não distante dali...
Salvaguardamos aqui os "Gringos" do bem, que sabem respeitar o lugar que os acolheu, temos muitos também em Arraial, verdadeiramente engajados em missões eco-sociais, dia destes postamos sobre eles.   


Evidências de eutrofização, superpopulação de algas, a maré trazendo toneladas delas á tona.




Peça colhida no dia em que o mar expurga corais, conforme observamos, um dia antes da lunação (lua nova), há um padrão comportamental do mar, sempre em cada lua, um leva e tras, floculando sempre segundo os movimentos das marés que por sua vez seguem os movimentos lunares.


Elo perdido porque mostra como se dá a bioinvasão do coral sol, como se pode observar na parte direita da imagem está o coral cérebro, nosso coral nativo da Costa do Descobrimento, o coral  invasor, o longilíneo, que vai crescendo para a esquerda  se "instala", cimentando-se no coral cérebro, a partir daí começa a crescer ao mesmo tempo que o coral cérebro se atrofia. 
Elo perdido também pelo fato de durante meses de garimpagem à beira mar não tinha me deparado com um neste estágio, foi um achado e tanto. Em outros tempos pensaria tratar-se de um esqueleto de ET....rsrsrrsrs. Trouxe a peça para fazer parte do acervo do futuro Museu de Biologia Marinha que vai funcionar na UFVJM  dentro do "Parque da Ciência"



Estrada da Pitinga, solo argiloso, construções irregulares, em ano de eleição,  a deixa para quem quiser construir sem ser incomodado, na imagem à direita um poste inclinado, quase desabando, a cerca feita sem eira nem beira para proteger as propriedades dos abonados poucos privilegiados que podem adquirir terreno. Incapazes de cumprir a lei, interferência inconsequente, o poste pode desabar a qualquer momento, que Nossa Senhora d"Ajuda protetora dos descuidados, não deixe cair na cabeça de ninguém....

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