quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Índio Pataxó Gavião da Aldeia Velha e sua incansável luta de 20 anos pela Terra...



        As vielas por onde vamos na  Indígena Aldeia Velha  da nação Pataxó, completamente limpas e bem cuidadas.  Quanta civilidade, dão um show em nós bichos urbanos

“No dia em que eu conseguir abrir as páginas de minh’alma e contar essas linhas de meu inconsciente coletivo, com alegrias ou dores, com prazeres ou desprazeres, como amores ou ódio, no céu ou na terra – aí sim, aí sim, vou soltar a minha voz num grito estrangulador, sufocado há cinco séculos, porque 500 anos de pretenso reconhecimento de nossa identidade, não pagam o sangue derramado pelas avós, mães e filhas indígenas deste país. Esse dia, certamente chegará, mesmo que eu esteja em outros planos.”
Eliane Potiguara
Elaine é uma escritora indígena, remanescente da etnia Potiguara, professora formada em letras, fundadora da ONG GRUMIN (Grupo Mulher Educação Indígena)

Anauê Blogosfera!

Nosso bastão que fala radiotube nas ondas da cidadania, no último domingo nos levou até a Aldeia Velha da valorosa Nação Pataxó, localizada em Arraial d'Ajuda, Porto Seguro, Bahia, Brasil, dar voz e pena de resposta ao casal patriarca do Clã de Sr Júluio Xavier e de Dona Esmeralda Xavier.
Contam a sua história e a  luta por Justiça durante 20 anos! 


                                          O casal: Gavião da Aldeia e  Esmeralda



Click no botom abaixo para ouvir, na entrevista descarregada na íntegra, sem edição, de 23 minutos toda a luta, história, cauzos, conversas, ensinamentos, confira:






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Sr Júlio Gavião da Aldeia Velha, ao fundo o fogão de lenha onde a Sra Esmeralda trabalha com  seus "remédios do mato", uma sabedoria ancestral passada geração a geração onde  a farmácia era abundante farta  Mata Atlântica de Tabuleiro com sua abençoada bio-diversidade que ainda nem sabemos em sua totalidade, posto que ainda há muito que se pesquisar a respeito. 


Atualmente o casal, filhos, noras, genros, netos e bisnetos vivem na Aldeia Velha, conforme vai narrando o Sr Júlio foram retirados do lugar em que viviam, suas terras foram apossadas, a mata arracanda para dar lugar a plantações da monocultura de Eucalípto.


O Sr Júlio e seus doze irmãos durante vinte anos de muita luta e dissabores, finalmente tiveram o reconhecimento da Justiça de que sua causa era Justa e o Juíz deu a reintegração de posse aos herdeiros verdadeiros donos da Terra. Finalmente vão poder voltar para o lugar a que pertencem.





Alguns membros da Família acolhedora de gente risonha, manso falar ternos olhares, filhos, netos , bisnetos. O  que mais toca a gente é o clima de camaradagem, fraternidade, cuidado uns com os outros. Vivem verdadeiramente em comunidade... Coisas que nossa moderna civilização está pedendo e nem percebe. Como faz bem estar assim na Aldeia vivenciando este sentimento de outricidade. Não foi assim que Thomas Morus se inspirou na sua Utopia?  



Oficina de artesanato de côco, o ganha pão da família


O côco da muqueca,do artesanato, do óleo, remédio, beijú, o côco nosso de cada dia.


Aula de botânica com o Mestre Júlio




Seu Júlio e a Aroeira que está crescendo...Me lembra a música do Vandré: "É à volta de cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar", canto para ele e pergunto ao Mestre: Por que cipó de aroeira...Ele ri e responde: Dona menina é o pior cipó para se levar uma surra, onde bate a marca não sai...Mas aroeira é um poderoso antiinflamatório também!

Nossos agradecimentos a todos que lá nos acolheram, especialment a amiga Isabel por ter nos levado até o Clã Gavião Da Aldeia Velha.



Trilha do post, Aroeira de  Vandré:



Sem mais.
Abraços!

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