sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Dossiê Arraial.


   Buenas Blogsfera!
   Estamos inaugurando uma nova fase. Podcasts, entrevistas em  áudio, vivavoz, a gente vai poder publicar aqui no post.
   Um leque de novas possibilidades, nosso "Bastão que fala" o "rádiotube" uma super ferramenta para cidadania, faz isto pela gente. Dar voz aos nossos personagens, sair desta esfera de blog umbigo, outros pontos de vista que são sempre muito bem acolhidos.
   Neste primeiro post, entrevista com João Pescador, um corajoso depoimento em que escancara as mazelas ambientais que  estão pouco a pouco destruindo o bioma nativo de Arraial d'Ajuda.
Confiram, entrevista em 3 partes, não mais que 10 minutos as 3, lembrando que mídia de áudio são mais leves, carregam mais rápido, enquanto a gente vai ouvindo as imagens e textos estão sendo sendo ativadas:








                                     


Praia dos Pescadores, Arraial d'Ajuda, Bahia, Brasil


Casa instalação do João, à beira mar pura  expressão da arquitetura espontânea 
João Pescador, nosso entrevistado




Instalação Artística a casa Gaudi do Pescador João,  coisas que o ir e vir das marés lhe trazem

Varanda com vão de osso de baleia

Não raro baleias Juabartes aparecem agonizantes ou já mortas.
Biólogos  acreditam que depois da inauguração do porto da VERACEL, mais ao norte em Belmonte, interferência  na rota das mesmas, o incidência passou a ser maior. 
O procedimento dos pescadores quando isto ocorre, é  enterrá-las por 9 meses, depois disto é desenterrada e seus ossos ficam assim bem branquinhos.






Estas imensas manchas escuras, são  sobrenadantes gordurosos, com  forte odor fétido de esgoto, sempre perceptível nas primeiras  primeiras horas nos dois primeiros dias de lua  cheia, quando a maré é baixamar.
Esta ocorrência sinaliza tratar-se de despejos clandestinos de esgoto sem tratamento no mar.
Esta informação torna-se relevante, na aferição da qualidade de água,  posto que se colhida amostra deste sobrenadante pode-se chegar mais precisamente na constatação, pode ser a causa da eutrofização, super população de algas, um desiquilíbrio causado por  matéria orgânica em demasia (esgoto), causando desiquilíbrio, retirando  oxigênio da água e tendo como consequência o desaparecimento de peixes e frutos do mar. 



A imagem de Nossa Senhora d'Ajuda em procissão, trazida em 1543, todos os anos, dia 15 de agosto tras milhares de romeiros e peregrinos. Emocionante.Veja mais clicando aqui



Perto da casa de João Pescador, os restos do alicerce e a escada acima, são amostras do poder da natureza, lembrete aos incautos que a desafiam.
 Um destes estrangeiros, metidos a besta que aqui chegam, como colonizadores, abarrotado de euros, comprou um imenso terreno à beira mar.
Muito astutamente, fez suas medições de extrema em relação à área da Marinha, na maré baixa,  ergueu um alto muro, grossa muralha. 
Em marés altas barrava a circulação livre do pessoal era interrompida. Moradores, turistas, todo mundo tinha que dar uma volta imensa pela estrada, um transtorno a todos, revoltados e praguejando ao dono dos domínios que o muro garantia. Nativos que desde Cabral, iam e viam livremente em suas caminhadas, se viam forçados ao maior esforço, inclusive os que carregavam peso.  
Em um dia de fúria do mar na maré grande de março, o muro foi arrancado pela força das ondas. 
Virou lenda arraiana, o local encontra-se abandonado, do proprietário e do que foi feito dele pouco se sabe, uns dizem que está com uma doença daquelas que nem todo o dinheiro do mundo compra o remédio, outros que está preso na Europa e outros ainda que já foi prestar contas para Deus. A escada partida é motivo de curiosidade dos turistas que se sempre se pergunta, como aquilo aconteceu...
A mesma maré grande que deixa a casinha do João intacta, não distante dali...
Salvaguardamos aqui os "Gringos" do bem, que sabem respeitar o lugar que os acolheu, temos muitos também em Arraial, verdadeiramente engajados em missões eco-sociais, dia destes postamos sobre eles.   


Evidências de eutrofização, superpopulação de algas, a maré trazendo toneladas delas á tona.




Peça colhida no dia em que o mar expurga corais, conforme observamos, um dia antes da lunação (lua nova), há um padrão comportamental do mar, sempre em cada lua, um leva e tras, floculando sempre segundo os movimentos das marés que por sua vez seguem os movimentos lunares.


Elo perdido porque mostra como se dá a bioinvasão do coral sol, como se pode observar na parte direita da imagem está o coral cérebro, nosso coral nativo da Costa do Descobrimento, o coral  invasor, o longilíneo, que vai crescendo para a esquerda  se "instala", cimentando-se no coral cérebro, a partir daí começa a crescer ao mesmo tempo que o coral cérebro se atrofia. 
Elo perdido também pelo fato de durante meses de garimpagem à beira mar não tinha me deparado com um neste estágio, foi um achado e tanto. Em outros tempos pensaria tratar-se de um esqueleto de ET....rsrsrrsrs. Trouxe a peça para fazer parte do acervo do futuro Museu de Biologia Marinha que vai funcionar na UFVJM  dentro do "Parque da Ciência"



Estrada da Pitinga, solo argiloso, construções irregulares, em ano de eleição,  a deixa para quem quiser construir sem ser incomodado, na imagem à direita um poste inclinado, quase desabando, a cerca feita sem eira nem beira para proteger as propriedades dos abonados poucos privilegiados que podem adquirir terreno. Incapazes de cumprir a lei, interferência inconsequente, o poste pode desabar a qualquer momento, que Nossa Senhora d"Ajuda protetora dos descuidados, não deixe cair na cabeça de ninguém....

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1 Comentários:

Às 2/9/12 09:24 , Anonymous Anônimo disse...

O nosso Arraial d'Ajuda precisa ser cuidado. Uma pena ver um dos destinos turísticos mais procurados no Brasil estar assim, compromentendo a qualidade de suas praias de águas limpas, com ligações clandestinas de esgotos.
Muito bacana ter reportagens gravadas p gente poder ouvir, assim fica mais próximo da gente.

 

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