domingo, 14 de julho de 2013

A lenta tortura dos que agonizam numa fila de CTI



Nos últimos dias vivemos um drama familiar, imagino que muitos já passaram ou poderão estar passando por este triste dilema, nossa Tia Lacy se foi...

Descansa em paz no céu dos justos depois do martírio

Relativizar a morte sem dignidade me perdoem, ainda que justifiquem, é na minha concepção crime.

Aos que querem a todo custo que sejamos galinhas de quintal, ousamos mimetizar as águias...

Por esta razão, para dar testemunho, nos valemos mais uma vez  de gravações para que talvez divulgando providências sejam tomadas...

Ouçam os que tiverem ouvidos de ouvir, só apertar o play...
 



Estranho como que nem no sistema do Hospital constava o nome dela como internada..



 Acima o depoimento de Sr Carlão, testemunha ocular há 10 anos taxista que faz ponto no hospital, diariamente assistindo tragédias similares.
O que me pergunto é onde fica a dignidade humana?
 Este hospital está recebendo  uma certificação ISO.
Nada trará minha tia de volta, mas todos um dia poderemos estar nesta situação, depois de uma vida produtiva, ser interditada considerada incapaz passando os últimos momentos da vida tal qual Káfica descreve em sua "Metamorfose"  até a chinelada final.

5 Comentários:

Às 14/7/13 07:36 , Anonymous Anônimo disse...

Meus sentimentos.
Mas parabéns pela coragem, a situação da saúde em TO é caótica!
Como puderam trazer sua tia de BH, todo mundo sai daqui p se tratar lá?

 
Às 14/7/13 08:21 , Anonymous Anônimo disse...

Ao que dizem, parece que a responsável legal estava em París quando a D Laçy adoeceu, se divertindo muito como relata em seu facebook.
O comentário da cidade tem sido este.
Logo ela que sempre ajudou a todos hospedando os que precisavam fazer tratamento de saúde em BH.
Precisamos sim cobrar das autoridades que tomem providências.
O corredor da morte é como chamam a fila do CTI deste hospital, caiu lá já era.

 
Às 14/7/13 09:48 , Blogger mnc disse...

Anônimos...
A coragem é o que nos resta nestas horas difícies.
Nada contra ir se esbaldar na primavera da cidade luz Paris.
Se houvesse dito ao M.M que queria a curatela legal mas que iria deixar a interditada aos cuidados de duas enfermeiras estranhas por 1 mês, neste periódo ela teve, dengue, pneumonia que a levaram a morte, não se pode deixar um idoso indefeso sem supervisão de um familiar.
Acho que o Juíz iria pensar 2 vezes.
A gente não sabia que enquanto Tia lacy adoecia sua responsável legal estava em París.
Não é ali em Valadares ou BH...É o outro lado do mundo.
Poderia Tê-la deixado sob nossos cuidados.

 
Às 14/7/13 10:23 , Blogger mnc disse...

Em nossa memória ficam gravados os mimetismos a la Tia Lalá, era uma figuraça!

Sempre que nos encontravámos, era nossa brincadeira semiótica, perguntava:
-Ô Lalá então qual é o caso?
A resposta dela na ponta da língua:
-O caso é não criar caso...
Sabendo que realmente sou meio criadora de caso, principalmente na hora que a situação demanda.

O não de Lalá era o não mais definitivo que conheci, era o seu "Nem pensar!".
Levou-me inúmeras vezes para viajar no trem de prata BH/RJ, íamos na cabine, tinha uns descontos por ser ferroviária e lá ia eu no trem, crente que ia conseguir ir e vir livre pelo trem inteiro, satisfazer todas a minhas curiosidades.
Nem adiantava pedir para ir passear no trem...respondia: "Nem pensar!"
Esperava ela dormir e pé anti pé abria a porta para dar uma fugidinha, explorar o mundo trem de ferro, ela sono leve que era me pegava no ato:
-Ei onde a senhora pensa que vai? Disse que Nem pensar...
Daí entre nós quando falamos "Nem pensar a Lalá" pode saber que é um não bem redondo.
-Vai fazer palavras cruzadas ou dormir!
Os presentes dela eram todos de extrema utilidade o primeiro piniquinho foi ela quem me deu.
A educação começa pelo intestino,dizia sabiamente.
Realmente o meu ficou educadíssimo...Um reloginho inglês chá da cinco da manhã.

 
Às 14/7/13 10:38 , Blogger mnc disse...

Só sei que nunca podia vagar nos vagões, a não ser no café da mnhã já chegando no RJ no restaurante do Trem...
Também com este mundo cheio de perigos como poderia né? Nem pensar!

Outra dela era o "Quem mandou?" rsrsrsrr...
Sempre que a gente se extrepava em alguma extrepolia.

Aprendi com Lalá a lavar vasilhas de modo a manter sempre limpa a caixa de gordura e gastar um mínimo de água, tempo e detergente.
Grande lalá.

 

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