sábado, 21 de julho de 2012

Bioinvasores: Coral Sol, tá tudo domindado...




exemplar de coral sol em 17/7/2012

                                                              Alô blogsfera, buenas!!!

          O que tem de bom da  greve das UFs? Ela nos presenteia com a disponibilidade que demanda  pesquisa em campo. 
        
          Em Nosso imenso laboratório, Museu Aberto do Descobrimento, o maior museu bio-marinho a céu aberto do mundo, Porto Seguro Terra Matter do Brasil,  em Arraial d'Ajuda, sul da Bahia, área de preservação ambiental,  mais uma configuração para lá de propícia...Cá estamos nós.
              
               Enfim, entre inúmeras vertentes que o tema requer, damos forma a esse post, semente de nosso TCC (tese de conclusão de curso), depois de juntado subsídios desde Janeiro de 2012, quando percebemos a presença de vários seres estranhos ao ambiente que, modéstia ás favas, esmiuchamos desde a metade dos psicodélicos 70, no século passado.

           Isto de ter brincado com meus filhos e depois netos, nesse imenso mar sem fim,  de guisadinhos e construções de imaginárias cidades e fazendas, castelos de areia, os "faz de conta" para enterter crianças, fez de  Mainha aqui, distraindo com as crianças, uma especialista em tudinho que se dispõe o ambiente de cabo a rabo à beira mar... De grande valia agora que estamos frequentando o universo acadêmico.

                
O que se alcança a vista é coral sol...Algum ou outro fragmento do nativo coral-cérebro. 


                 Nunca tínhamos nos deparado com eles, e nossa curiosidade cada vez mais aguçada pela interrogação: Quem são esses novos frequentadores ? 

                  Só matutando a questão, desde então...Não estava inteiramente certa de que se tratava mesmo de bioinvasão do coral sol.

             Até que agora na Rio+20 estivemos no "dialogue days", entre ONU, comunidade científica e sociedade civil organizada....  Dentre os ban-ban-bans dos bambas, pessoas como o filho do Cousteau, um cientista oceanógrafo,  pesquisador "Lôbo do mar". Ainda pirralha, amava os episódios de sua série desbravando mares na televisão ainda em preto e branco, O filho na mesma trilha do pai.

                  No dia dedicado aos Oceanos, o tema que mais foi debatido foi exatamente bio-invasão, a segurança alimentar dos assentamentos humanos que dependem da pesca para sobrevivência...Enfim o cap 17 da agenda 21 na pauta. Nisto que se encaixa o coral sol, é uma questão de segurança alimentar, qualquer pescador nativo que o diga, os peixes estão sumindo das redes, não reconhecem o coral sol como sua praia na hora da desova...Não reproduzem.

               Levamos em nossa bagagem no dialogue days, amostras coletadas aqui, e lá tivemos a confirmação,  aferida pelos experts biólogos marinhos que por lá estavam, sim, trata-se do Coral Sol. Chegaram de mala e cuia aqui em nossas bandas, e não estão para brinquedo não,  literalmente dominando tudo onde se instalam...

             Apesar de lindos, esses vilões predadores, são altamente competitivos, se reproduzem assustadoramente rápido, e simplesmente onde até pouquíssimo tempo se encontravam diversos tipos de algas e corais só dá ele. O Alface do mar das nossas saladinhas de faz de conta, nem para remédio acha mais.


                                       O mar expurga na maré de vazante milhares de exemplares de coral sol



                Constatamos, depois de dias a fio a espreitar a dinâmica biologística do CORAL SOL, que sempre na maré de vazante da lua minguante, o mar expurga aos milhares fragmentos de corais sol, como se pode observar na imagem acima, e abaixo...


                Estas imagens foram feitas por volta de 8 da manhã, do dia 17 de julho de 2012, todas as formas em canudos brancos são os nossos hóspedes indesejáveis, esse fragmentos tem uma vasta cabeleira que parecem samambaias  marrom douradas.


              Já na Lunação, ou seja na lua nova que virou dia 19 de julho último o mar os leva de novo, parece que a praia foi varrida

             A  constatação se serve para otimizar a caça ao coral sol, se sabemos que nesses dias o mar expurga aos milhares, poderemos agendar o faxinão  na costa nestes dias de últimos dias de lua vazante. A partir de consultas na tábua lunar, pois se vamos na lunação não adianta...Se marcar um dia aliatório qualquer, não seria eficiente, dependendo da lua não teria o que limpar...


                 Ainda vale lembrar que o horário, nesses dias de vazante é logo de manhãzinha, indo até por volta de meio dia, conforme o movimento de baixamar e preamar. 

        O que fazer com esse material coletado?  Estamos a pensar, desconhecemos suas propriedades e a que poderiam servir, sabemos que o Projeto Coral Sol, com base na Ilha Grande RJ, está pegando esses fragmentos e fazendo deles suvenirs vendidos aos turistas,  renda a ser revertida em prol do projeto...


              Segundo dados colhidos em encontro de nossa pessoa com os responsáveis pelo projeto, na RIO+20, a Baia de Ilha Grande levará cerca de 25 anos para limpar e recuperar seu eco sistema nativo agora tomado pelo Coral Sol...Assim que parece meio jogar água salgada no mar...
Creio que se na composição do coral sol entra o calcário,  pode se então triturar numa máquina e a partir desta farinha fabricar cimento ou coisa que valha. 


          Na limpeza deles, disponibilizar alguma tecnologia que fizesse a localização dos aglomerados de corais sol, cravados por debaixo d'água, assim com a exata localização.  


     Por mobilzação e capacitação coletiva promover o "Faxinão" e um descarte eficaz que garantam que o retirado não voltará ao ambiente marinho de nossos costões rochosos, banco de corais, recifes, e onde mais for mais captada sua presença  nos litorais brasileiros.


               Quanto às algas, talvez até pesquisar se podemos a partir delas criar uma engenhoca que catalise seu potencial foto-químico para gerar energia limpa...


             Estas conjecturas por enquanto ficam no campo das possibilidades a serem pesquisadas, pois demanda enfurnar no laboratório de microbiologia, e  pesquisar para mais de metro...


          E nosso foco mais uma vez tem de ser direcionado, colhemos para cultivar uma das inúmeras  perguntas que há tempos não querem calar:  


             Como atacar o problema da bioinvasão  pela raíz, e  que tecnologias disponíveis temos para tal? Aí nos deparamos com o tema "àgua de lastro" o tal do water balance o trem pelo qual eles chegaram aqui em nossa costa brasileira...Nosso tema do próximo post. Revelações surpreendentes como a descoberta de Carmem Lúcia que Nina é Rita...




                 Segundo pesquisas publicadas, o coral sol chegou ao Brasil nos anos 80, em água de lastro, no calado dos navios, primeiramente no Porto de Santos em SP, e numa velocidade e progressão geométrica foi se instalando e toma agora dimensões de praga ameaçadora que precisa ser urgentemente extirpada. Alongaremos nesse tema, calado de navio, no próximo post.




                 Infelizmente, nos sentimos na obrigação de também denunciar neste post que com base nos dados colhidos do site "Projeto Coral Vivo" temos que:

             "O Brasil é o único lugar do Atlântico Sul onde existem recifes de corais. De acordo com o monitoramento realizado por pesquisadores do projeto,  "Coral Vivo" bancado pela PETROBRAS, com base instalada aqui em Arraial d'Ajuda (há coisa de 10 anos), os bancos de corais localizados no sul da Bahia são os que se encontram em melhor estado de preservação." 

                       Ledo engano, o pessoal do projeto ainda não se deu conta que por trás  dos muros à beira mar que delimitam  o parque aquático para turistas abonados o "ECOPARQUE", uma espécie de  clube vip "Ilha da Fantasia", onde o projetou se abancou...Um tal de "MESOCOSMOS".

                      Bem debaixo de seus narizes, o coral sol se tronou uma praga,  ignoraram distraídos, da zona de conforto em que se instalaram,  esta ameaça danosa,  real, documentada em imagens reais que ora postamos. 

                 O projeto, muito vivo, que recebeu cerca de 3,6 milhões da PETROBRAS, só em 2010, portanto dinheiro público, para monitorarem e cuidarem de nosso patrimônio marinho, se quiserem conferir deêm um "GOOGLADA" no  PROJETO CORAL VIVO, nenhuma citação de rodapé sobre a infestação do coral sol na área de abrangência que lhes foram custodiadas. Eles não chegaram aqui da noite para o dia, talvez se detectados antes, poderia ser bem mais fácil de serem extirpados.

                Como foi possível deixarem tomar estas proporções de verdadeira catástrofe ambiental sem nenhuma providência nem mobilização como os diversos projetos implantados onde o coral sol chegou?      

                       Omitiram e negligenciaram...





                    Pelos nossos estudos e observações,  dos ramos das algas que se encrustram no coral saem essas sementinhas da imagem acima, pequenas bolinhas que se espalham ao sabor do vento...Será que assim também o coral se espalha?  Fato é que a alga meio que clona qualquer outro coral, ele se implanta por exemplo num coral cérebro como base e daí começa a colonização,  na ecosucessão a segunda geração já vem com o coral  sol original os canudos que parecem dedos desfalcados de caveira...

                   Tem um nome científico o nosso vilão "CORAL SOL", mas vamos poupar nosso leitor de frirulas da sisudez do rigor científico, guardando o estilo acadêmico para o TCC.

                Em tempo,  o congresso da SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, hora destas já deve estar reunido, em São Luiz do Maranhão, praias decretadas impróprias para banho, nem um banhozinho de mar vão poder tomar...Na estratosfera o índice de contaminação por esgotos todos desembocando sem tratamento nas praias, Terras dos Ribamares, lamentável.

                    Na pauta de debates o Tema:  "A sabedoria popular e a CIÊNCIA" mas isto é assunto para outro post...

                            Inté, valeu e abraços!!!

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