domingo, 15 de maio de 2016

DESFLORESTAMENTO DA MATA DO MUCUGÊ POR INVASÃO BIOLÓGICA: UMA AMEAÇA A SUA SOBREVIVÊNCIA

ATA ou APA? ACEP: Órgão Ambiental? Reabilitada? 

Árvores sendo estranguladas por planta bioinvasora, estrada da Pitinga


Saudações Arraianas Blogsfera!
Mais uma vez recorremos  ao nosso espaço virtual, para trazer a público, desta vez com evidências colhidas em pesquisa de campo. No Tema escolhido para trabalho final na Disciplna: Serviços Ambientais, na UFSB.
Vamos nos atentar que, se não tratarmos agora de restaurar e cuidar da Mata do Mucugê, enquanto há possibilidades, perderemos toda sua riqueza e beleza natural...
Em texto, nos atemos em postar apenas o resumo e introdução, são 17 páginas, que serão posteriormente transpostas para o formato blog.
Entre as imagens acima, ouçam os 2 áudios de nosso canal  rádioweb Fazer Ciência Porto Seguro via radiotube, nas ondas da cidadania.
 O da esquerda, exposição oral em sala de aula da pesquisa, em que a gente troca meio que em miudos a discussão teórica e nossos resultados conclusivos. Só clicar.
O da direita, entrevista com Parracho, campeão mundial de wind surf, nativo da mesma praia que leva oficialmente seu nome. Nascido e criado no local pesquisado, engajado na luta pela preservação da biodiversidade local, faz um comvente  apelo pela Mata,  como ambientalista preocupado com a perda irrparável de biodiversidade um precioso tesouro de valor inestimável.

Abçs!


                                                                    RESUMO

Em meio a inúmeros fatores que causam o desflorestamento, a introdução de espécies exógenas é considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade mundial, superada apenas pela destruição antrópica de habitats.  Inúmeros mecanismos internacionais, que geram obrigações com força de tratados internacionais, têm sido desenvolvidos para lidar com as questões relacionadas a espécies exóticas invasoras. Neste sentido, o presente artigo é fruto de trabalho de campo, em que apresentamos evidências convincentes para postular e sustentar que a floresta urbana “Mata do Mucugê”, localizada em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro, Bahia, está sistematicamente, e em escala exponencial, sendo aniquilada por uma espécime vegetal exógena,  observada e comparada aos dados de diversos estudos científicos temos a percepção fundamentada, tratar-se verdadeiramente de espécime bioinvasora. O objetivo básico foi realizar uma compilação sobre a situação atual, abordando seu status como invasora, quanto à pesquisa pertinente à identificação, forma de manejo e ressaltando a falta de informações pertinentes ao tema. Não obstante prioritariamente, mais do que a discussão teórica, a linha mestra do presente estudo foi,  uma vez constatada as perdas de árvores, prosseguir a pesquisa com o firme propósito de buscar medidas mitigantes,  visando a recuperação para assegurar a continuidade dos inestimáveis serviços ambientais prestados pela Mata do Mucugê.
PALAVRAS CHAVES: Desflorestamento, bio-invasão, Mata do Mucugê


ABSTRACT

MATA DO MUCUGÊ DEFORESTATION BY BYOLOGICAL ALIEN : A THREAT TO THE ITS SUVIVAL

Between countless factors that cause deforestation, the introduction of  alien species  is considered  the second biggest threat to the global biodiversity, got over only  by antropic habitats undoing. Many internationals ways, that generate obligations with force of international treats, are being developed to get along with then. In that way, this article is fruit of field work, where we show strong evidences that support and postulate, the urban forest “Mata do Mucugê”, placed in Arraial d’Ajuda, Bahia, Brazil, are systematically and in a exponential scale being annihilated by a alien vegetable bioinvasor, watched and compared with scientific studies data that are truly a  alien species. The main target was make a compilation about the actual situation, approaching its status like alien, a recognizing and management as well, pointing  that are rare the information about the subject. Regardless of priority, more than the theorist discursions, the main stream of this paper was, once realized trees loosen, go on with the researches with the willpower to search  a way-out to introduce mitigation measures for recover and to secure the “Mata do Mucugê”  priceless environment services that it do.       

KEYWORDS: Deforestation, bioinvasion, Mucugê Forest.



                                                        INTRODUÇÃO

                   Componentes naturais que dão suporte à vida sobre a superfície da Terra, as florestas  são fundamentais ao equilíbrio ambiental, suprindo aos seres vivos, inclusive a nós humanos, com abrigo e segurança para uma vida saudável. 
                Exercem influência direta sobre o clima, provocando variações na temperatura do ar, atuando e definindo as médias, máximas e mínimas, as diferenças entre as temperaturas máximas e mínimas diárias, mensais e nos diferentes períodos do ano (Larcher, 1996).
               Atuam diretamente na umidade relativa do ar e, principalmente, na transpiração e na evapotranspiração dos seres vivos. Reduzem a velocidade dos ventos, favorecendo a recreação ao ar livre e proporcionando um perfeito intercâmbio entre o ar puro e poluído, principalmente nas regiões metropolitanas. As florestas sempre exerceram indiscutível influência no progresso e na cultura da humanidade.
                Neste contexto, a arborização urbana vem merecendo uma atenção cada vez maior em função dos benefícios e até mesmo dos problemas que se apresentam em função da presença da árvore no contexto da cidade. O desenho Urbano, ao estruturar a cidade e suas parcelas, maneja os componentes da paisagem construída e entre eles o elemento vegetal. (MILANO,1998)
               Entretanto, ressalta ainda MILANO, o cuidado à manutenção dos serviços ambientais prestados pelas florestas urbanas vem sendo sistematicamente negligenciados, representando séria ameaça ao decréscimo da qualidade de vida e saúde das populações urbanas presentes e futuras.
               Em meio a inúmeros fatores que causam o desflorestamento, a introdução de espécies exóticas é considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade mundial, superada apenas pela destruição antrópica de habitats.  Inúmeros mecanismos internacionais, que geram obrigações com força de tratados internacionais, têm sido desenvolvidos para lidar com as questões relacionadas a espécies exóticas invasoras. (CBD, 1992).
                 O mais abrangente deles é a Convenção sobre Diversidade Biológica (Convention on Biological Diversity – CBD), que convoca seus integrantes a “prevenir a introdução de, controlar ou erradicar espécies exóticas que ameacem ecossistemas, hábitats ou espécies” (Artigo 80 ). A CBD representa um dos mais importantes resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Em vigor desde 1993, com 188 países membros.
                No Brasil, onde se estima que cerca de 20% das espécies presentes no território sejam introduzidas, é crescente o interesse pelo assunto no meio científico, visto que tais introduções podem acarretar dramáticos efeitos ecológicos, segundo Ministério do Meio Ambiente.
               As pesquisas relativas à questão, carecem de abordagem multidisciplinar em que as informações derivadas de estudos com espécies invasoras são relacionadas aos processos que interferem no estabelecimento e os processos físicos potenciais de controle das referidas.
               Neste sentido o presente artigo é fruto de trabalho de campo em que apresentamos evidências convincentes para postular e sustentar que a floresta urbana “Mata do Mucugê”, localizada em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro, Bahia, está sistematicamente, e em escala exponencial, sendo aniquilada por uma espécime vegetal exógena,  observada e comparada aos dados de diversos estudos científicos temos a percepção fundamentada, tratar-se verdadeiramente de espécime bioinvasora.
            Analisados os efeitos e características e acompanhamento da expansão e ganho territorial. À medida que vai se alastrando, competindo por espaço e luz,  vai se alojando nas copas das centenárias, árvores nativas, acaba por estrangular completamente e fazê-las tombar. Denota-se no pouco tempo em que se estabeleceram já formaram clareiras a na forma como expande,  tem todas as características de espécime invasora.
             O objetivo básico foi realizar uma compilação sobre a situação atual, abordando seu status como invasora, quanto à pesquisa pertinente à identificação, forma de manejo e ressaltando a falta de informações pertinentes ao tema. Não obstante prioritariamente, mais do que a discussão teórica, a linha mestra do presente estudo foi,  uma vez constatada as perdas de árvores, identificadas, prosseguir a pesquisa com o firme propósito de buscar medidas mitigantes,  visando a recuperação para assegurar a continuidade dos inestimáveis serviços ambientais prestados pela Mata do Mucugê , sobretudo, enfim, sair inércia teórica e buscando possíveis estratégias  tecnológicas e biológicas de contenção e recuperação da mesma.
             Acreditamos que estamos caminhando para uma nova visão a respeito das invasões biológicas – a visão ecológica –  ocorrem bem debaixo de nossos olhos e passam imperceptíveis, como é o que ocorre na Mata do Mucugê, até que o dolo e perda se tornem irreparáveis, e neste contexto o presente trabalho procura fornecer uma contribuição no sentido de provocar ações e mobilizações que sanem o problema.
            A região sofre pressões de interesse econômico, ligados a especulação imobiliária por ser reconhecidamente de área nobre e altamente valorizada, o metro quadrado mais caro do Arraial d’Ajuda. Não seria leviano pensar que haja certa conivência dos interessados especuladores, mesmo tendo percebido o quadro de desflorestamento estejam contentes, por assim ganhar mais território dispo. Resta ainda especular também até a possibilidade de propositalmente ter sido introduzida a planta. Há precedentes, em se fundamentando o caso da “Vassoura de Bruxa” no sul do Bahia, em que comprovadamente, foi criminosamente  “inserida” nas lavouras de cacau causando o quase o total aniquilamento da atividade cacaueira no Sul da Bahia.

               Por fim, analisa de forma detalhada, à ótica da Modelagem Ambiental, e põe em xeque, com dados matemáticos a impossibilidade de que a fórmula linear criada para atribuir um valor,   o método de valorar monetariamente os bens e recursos  naturais, num sistema não linear como são os sistemas naturais.  Outros recortes hermenêuticos mais antigos vindos do direito, da biologia e da economia, sugerem cautelas na deliberação sobre critérios da valoração econômica da natureza. Neste sentido a teoria da reparação do dano e, mais recentemente, as aplicações do direito do meio ambiente recomendam atenção aos seus pressupostos filosóficos com conseqüências substanciais para a sua transubstanciação em pecunium. Assim também elementos científicos e históricos formadores da idéia política de meio ambiente, agregam outros limitantes à redução econômica do meio ambiente. (Trepl, 2002). 

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