sábado, 30 de outubro de 2010

Holofotes na "Campanha subterrânea"


Buenas Blogsfera!

Antes de desarmar nosso palanque, não poderiámos deixar de repercurtir do blog do Nassif, esse relato muito bem embasado em provas concretas; fundamental para entendermos a metodologia "fura olhos", trairagem que fazem ao povo brasileiro, totalmente comprometida com os interesses dos que têm as rédias da campanha neo-liberalista radical tucana.
O que está em jogo é a nossa autonomia como nação e nossos recursos estratégicos.
Pense nisso na hora de votar!
O poder oculto de influenciar e formar opiniões, desestabilizar governos mundo afora, a cartilha que Serra reza.
Também na pauta um divertido vídeo, foi postado pela nossa colaboradora antenada Ana Paula Naps, do pessoal pedra de responsa da UNB de Brasília.
Abraço Fraternal!

Os segredos internacionais por trás da “Revolução do Ódio” no Brasil
Por Mauro Carrara

O PSDB, o partido neoliberal de José Chirico Serra e Fernando Henrique Cardoso, montou ainda em outubro de 2009 um eficiente sistema capaz de disparar diariamente mais de 152 milhões de e-mails para brasileiros de todas as regiões.
Esse sistema é preferencialmente utilizado para disseminar peças de calúnia e difamação contra Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e qualquer figura pública que ouse tomar partido do projeto da esquerda no Brasil. Funcionando também nas redes sociais, essa é uma das principais frentes da "Revolução do Ódio" em curso no país.
Até o primeiro turno da eleição presidencial, havia mais de 650 militantes, quase todos bem remunerados, para difundir material venenoso contra o governo federal. Neste segundo turno, essa super tropa de terrorismo virtual, recrutada por Eduardo Graeff, conta com mais de 1.000 militantes.
Esse, no entanto, é apenas um braço do movimento de golpismo midiático financiado por entidades ultra-conservadoras, sobretudo norte-americanas, empenhadas em desestabilizar movimentos de esquerda pelo mundo e assumir o controle das fontes de riqueza nos países emergentes.

O enigma das “revoluções coloridas” ...

Há 15 anos, a Internet vem sendo utilizada como ferramenta de sabotagem por esses grupos.Dentre eles, destacam-se o poderoso National Endowment for Democracy (NED), a United States Agency for International Development (USAID) e inúmeras entidades parceiras, como a Fundação Soros.

O NED, por exemplo, financia várias organizações-satélite, como o World Movement for Democracy, o International Fórum for Democratic
Studies e o Reagan-Fascell Fellowship Program, que atuam direta ou indiretamente em todos os continentes.
Grupos ligados ao NED, por exemplo, tiveram comprovada atuação nos episódios políticos que desestabilizaram a coalizão de centro-esquerdana Itália, em 2007 e 2008. Acabaram errubando o primeiro-ministro
Romano Prodi e, em seguida, reconduziram ao poder o magnata Silvio Berlusconi.
A ação envolveu treinamento de jornalistas, divulgação massiva de boatos na Internet, dirigidos sobretudo aos jovens, e distribuição seletiva de caríssimos “estímulos” a senadores de centro.
Mas, afinal, o que é o NED?
Criada em 1983, por iniciativa do presidente estadunidense Ronald Reagan, trata-se oficialmente de uma entidade privada, mas abastecida de forma majoritária por fundos públicos.
Ainda que seus dirigentes a qualifiquem como um centro de incentivo à democracia, trabalha sempre no apoio a movimentos de direita, com forte ênfase no liberalismo, no individualismo, no privatismo e no pressuposto de que os interesses do mercado devem prevalecer sobre os
interesses sociais.
Segundo o conceituado escritor e ativista norte-americano Bill Berkowitz, do movimento Working for Change, o objetivo do NED tem sido “desestabilizar movimentos progressistas
pelo mundo, principalmente aqueles de viés socialista ou socialista democrático”.

O NED e suas entidades parceiras figuram na origem das chamadas “Revoluções Coloridas” que se espalharam pelo mundo nesta década.
A primeira operação virtual-midiática de grandes proporções foi a chamada Revolução Bulldozer, em 2000, no que ainda restava da Iugoslávia.

O nome do movimento se deve ao ato violento de um certo “Joe” (na verdade, Ljubisav Dokic) que atacou uma emissora de rádio e TV com uma escavadeira. Logo, foi transformado num emblema da sedição.
Na época, especialistas em mobilização de entidades financiadas pelo NED concederam apoio técnico e treinamento intensivo aos membros do Otpor, grupo estudantil se tornaria fundamental na campanha de desestabilização do governo central.

Talvez o melhor exemplo desse trabalho de corrosão política tenha ocorrido em 2003, na Geórgia, na chamada Revolução das Rosas, que culminou com a derrubada do presidente Eduard Shevardnadze.
Novamente, havia uma organização juvenil envolvida na disseminação de boatos, denúncias e incitações, a Kmara (Basta!), além de várias ONGs multinacionais como o Liberty Institute.

A Revolução das Rosas não teria ocorrido sem o apoio das associações ligadas ao bilionário húngaro-americano George Soros. A Foundation for the Defense of Democracies, instituto neoconservador com sede em Washington D.C., revelou que Soros investiu cerca de US$ 42 milhões nas operações para derrubar Shevardnadze.
O roteiro se repetiu em vários outros movimentos, como a Revolução Laranja, na Ucrânia, em 2004, e a Revolução das Tulipas, no Quirguistão, no ano seguinte.
Levantes dessa natureza ainda têm sido estimulados por esses grupos e seus agentes, que visitam os países-alvo em épocas de crise ou durante processos eleitorais.
Observadores internacionais estimam, por exemplo, que NED e USAID investiram US$ 50 milhões anuais no suporte às entidades que desestabilizaram e derrubaram o governo de Manuel Zelaya, em Honduras.
Nem sempre, porém, as “revoluções“ patrocinadas por essas entidades são coroadas de pleno êxito. É o caso da chamada “Revolução Twitter”, ocorrida na Moldávia, em 2009, e das frequentes operações de terrorismo midiático e virtual desenvolvidas pela oposição venezuelana.
Em todos esses episódios, há um procedimento estratégico que vem sendo seguido pelos grupos de sabotagem. Podemos sintetizá-lo em dez mandamentos operativos:
1) Difunda o ódio. Ele é mais rápido que o amor.
2) Comece pela juventude. Ela esta multiconectada e pode ser mais facilmente mobilizada para destruir do que para construir.
3) Perceba que destruir é “divertido”, ao passo que “construir” pode ser cansativo e chato.
4) A veracidade do conteúdo é menos relevante do que o potencial impacto de uma mensagem construída a partir da aparência ou do senso comum.
5) Trabalhe em sintonia com a mídia tradicional, mas simule distanciamento dos partidos tradicionais.
6) Utilize âncoras “morais” para as campanhas. Criminalize diariamente o adversário. Faça-o com vigor e intensidade, de forma a reduzir as chances de defesa.
7) Gere vítimas do oponente. Questões como carga tributária, tráfico de drogas e violência urbana servem para mobilizar e indignar a classe média.
8) Eleja sempre um vilão-referência em cada atividade. Cole nele todos os vícios e defeitos morais possíveis.
9) Utilize referências sensoriais para a campanha. Escolha uma cor ou um objeto que sirva de convergência sígnica para a operação.
10) Trabalhe ativamente para incompatibilizar o político-alvo com os grupos religiosos locais.

Várias dessas agências internacionais de desestabilização enviaram emissários ao Brasil, especialmente a partir do ano passado.

A ação-teste no Brasil foi desencadeada por meio do movimento “Fora Sarney”, organizado pelo movimento denominado “Rir para Não Chorar”, ou simplesmente RPNC.
Os "indignados moralistas" de direita escolheram o político maranhense como alvo, mesmo depois de tolerá-lo durante 45 anos em instâncias decisórias do país.
O líder da vez era um certo Sérgio Morisson, que se dizia consultor de ONGs e “fashionista”. Na época, vivia na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), atuando no Comitê de Jovens Executivos.
Na verdade, Sarney serviu apenas como um pretexto de ensaio golpista. O objetivo do grupo era canalizar o ódio da jovem classe média contra o governo Lula.
Distribuíram 50 mil narizes de palhaço, seguindo disciplinadamente a cartilha de simbologia dos movimentos patrocinados pelo NED.
Na verdade, muitos dos “palhacentos” já tinham atuado em outro levante do tipo, o famigerado “Cansei”, que dois anos antes tentara se aproveitar do acidente com o avião da TAM para fomentar uma revolta popular contra o governo federal.

Na presente eleição presidencial brasileira, todo o receituário estratégico e simbólico das revoluções coloridas foi empregado no fortalecimento da candidatura da ex-petista Marina Silva.
A chamada “onda verde”, que impediu a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno, foi vigorosamente apoiada por expressivos setores da direita brasileira, inclusive com suporte mal disfarçado de parte da militância oficial do PSDB.
A direita estrangeira e o golpe em curso no Brasil...
A principal entidade articuladora da “Revolução do Ódio” no Brasil é o Instituto Millenium (IM), que dispensa apresentações ao leitor da blogosfera.
O IM tem uma fixação especial por Ayn Rand, uma escritora, roteirista e pseudo-filósofa russa que viveu a maior parte da vida nos Estados Unidos.
Rand defendia fanaticamente o uso de uma suposta razão objetiva, o individualismo, o egoísmo e o capitalismo. Segundo a base de sua “filosofia”, o homem deve viver por amor a si próprio, sem se sacrificar pelos demais e sem deles esperar qualquer solidariedade.
Para os seguidores de Rand, o espírito altruísta cooperativo é visto como fraqueza e como destruidor da energia humana empreendedora.

Rezam pela cartilha de Rand, por exemplo, o articulista de Veja Reinaldo Azevedo e o economista Rodrigo Constantino, membro do Conselho de Fundadores e Curadores do IM, autor de livros barra-pesada como “Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT” e “Egoísmo Racional – o Individualismo de Ayn Rand”.

O conselho editorial do instituto é liderado por Eurípedes Alcântara, diretor da revista Veja, tão conhecido pela barriguda matéria do Boimate (o anúncio da fusão genética do boi com o tomate) quanto por sua devoção fanática pelos Estados Unidos e pelo neoliberalismo radical.
Participante ativo de programas de entidades financiadas pelo NED, Alcântara frequenta simpósios e atividades de treinamento destinadas a impor na América Latina o pensamento da direita corporativa norte-americana.
A Internet ainda exibe uma conversa tão estranha quando reveladora entre o executivo da Editora Abril e Donald “Tamiflu” Rumsfeld, ex-secretário do Departamento de Defesa dos EUA. Segue aqui uma fala entusiasmada do entrevistador:
- Yeah, that would be my pleasure. I have been watching close your role in the United States and I must say that I admire you. You are so firm since the beginning. When they said they were going there for the oil and then they said you were going there for
your own interests, and then, well, we see democracy spreading throughout the Arab world. This is not a small thing, right?
As relações entre o Millenium e entidades estrangeiras seguem diversas rotas de financiamentos e apadrinhamentos, mas um pouco dessa complexa malha de articulações pode ser visualizada aqui: http://obicho.wordpress.com/2010/03/08/o-anti-foro-de-sao-paulo-e-o...

Hoje, os apoiadores estrangeiros do Instituto Millenium e dos partidos da direita brasileira têmum olho ansioso na eleição e outro faminto na compensação exigida. O principal balconista desse negócio é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que recentemente, em Foz do
Iguaçu (PR), tentou acalmar sua inquieta freguesia.

Caso José Serra vença o pleito em 31 de Outubro, o pagamento prometido está garantido: a entrega do Banco do Brasil, da Petrobrás e de Itaipu aos patrocinadores da “Revolução do Ódio”. Mais estarrecedor que esse acordo é o silêncio até agora das forças progressistas.
O que falta para se revelar esse segredo ao povo brasileiro?
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1683



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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"Joana: A menina Mártir"



Há pouco tempo publicamos um post sobre a Lei e Síndrome de "Alienação Parentais", sem saber que naquele exato momento, a menina Joana de 5 anos era vítima de sórdidos maus tratos cometidos pelo pai e madrasta.
Decidimos, na época abordar essa pauta, pouco repercutida na mídia, exatamente por perceber as implicações que a mesma traria na sociedade e relações familiares.
O pai monstro de Joana, técnico do Judiciário, usou da lei e do cargo que ocupa para conseguir a guarda da menina, alegando que impedimento da mãe da criança em visitá-la, ganhou na Justiça sua custódia.
Se valendo da influência da profissão "conseguiu" manipular laudos periciais psicológicos e pareceres favoráveis...
O desdobramento dessa decisão teve um fim trágico.
A lei precisa ser revista, não levaram em consideração a... como expresar? "Síndrome da madrasta de Cinderela", poderiámos nos alongar em fundamentar o que seria e o que implica essa síndrome, acho que ainda não catalogada...mas para um bom entendedor, pingo é letra, a própria evocação do personagem dá o tom semiótico.
Desde que o mundo é mundo, salvo raras exceções, madrastas têm ciúme de suas entiadas, principalmente se a entiada for menina e a mesma tiver filhos com o mesmo pai, é da natureza feminina proteger sua prole em detrinimento de crias não suas, os laços de sangue falam mais alto.
A Jurisprudência é farta em casos em que madrastas matam ou levam o pai a matar, taí a Ana Jotabá e agora mais essa tragédia....Quantas mais?
O Judiciário falhou feio nessa decisão ao não levar em consideração as circunstâncias reais que levaram a mãe a querer que sua filha não tivesse contato com o pai.
Á joana que sofreu horrores e pagou com a vida, dedicamos esse post, e clamamos por Justiça, para que outras Joanas, não tenham o memso destino Trágico.
O Estado foi tendencioso e conivente, é culpado pela morte cruel da menina, vamos aos fatos:


O Calvário ... dinâmica de um assassinato hediondo.
(Copy/past :Globo web)
RIO - Depois de três meses de investigações e 50 pessoas ouvidas como testemunhas, o delegado Luiz Henrique Marques Pereira, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), pendeu o pai da menina Joanna Marcenal Marins, de 5 anos, morta em agosto , pelo crime de tortura. O inquérito foi enviado nesta quinta-feira para o Ministério Público Estadual.
O delegado não confirmou, mas é possível que a Justiça decrete a prisão preventiva de André Rodrigues Marins.
Luiz Henrique Pereira explicou que durante as investigações ficou comprovado que a criança sofria maus tratos constantes. Ele encontrou fortes indícios de que o pai a torturava. O pai e a mãe de Joanna, Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz, travavam uma batalha judicial pela guarda da criança desde 2004.
Quando morreu, a menina estava sob os cuidados do pai há um mês e vinte dias.
Uma das principais testemunhas do processo foi uma ex-babá contratada pelo pai de Joanna , que contou, em depoimento à delegada interina da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, Gisele Brasil Vilarinho Faro, que em seu primeiro dia de trabalho se deparou com a criança no canto de um quarto, "deitada no chão, amarrada numa fita-crepe nos pés e nas mãos e toda suja de xixi e cocô (sic)".
Ela contou que, diante do seu espanto, o técnico judiciário disse que a menina estava "daquele jeito" por ter sofrido uma convulsão no dia anterior. Ele teria alegado ainda que seguia "recomendação médica".
A empregada contou também que Joanna não estava de fralda, apenas de calcinha e camiseta regata. A babá teria se oferecido para limpar a criança e colocá-la na cama, mas o pai teria argumentado que a menina sujaria tudo e sua mulher, madrasta de Joanna, Vanessa Maia, "não iria gostar". André teria dito que a filha era "especial".
A
psicóloga que atendeu Joanna em seus últimos dias de vida, porém, desmentiu a versão do pai . Segundo Lilian Araújo Paiva, Marins relatou que a menina se debatia muito durante à noite e acabava se ferindo. Ele teria perguntado, de acordo com Lilian, se poderia usar uma luvinha para evitar que Joanna se arranhasse:
- Disse que não via problema em usar uma luvinha, às vezes a gente faz isso para um bebê não se arranhar. Eu jamais diria para ele amarrar as mãos de Joanna. Nunca fiz isso. Laudo do IML apontou meningite viral como causa da morte
No dia 27 de setembro, conforme O GLOBO divulgou,
o laudo do Instituto Médico Legal apontou que a causa da morte de Joanna foi meningite causada pelo vírus da herpes.
O pai, que se manteve em silêncio até então, convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o laudo,
o que causou indignação na mãe da menina .
- O laudo não me responsabiliza. Diz que a Joanna estava em situação de aparentes maus-tratos, mas não relacionou isso ao período em que estava comigo - afirmou André.
A respeito dos hematomas e marcas semelhantes a queimaduras encontradas no corpo da menina, o pai as atribui as sucessivas convulsões sofridas por Joanna:
- O laudo foi incapaz de identificar a origem dessas lesões. Por isso, não tenho nenhum medo de ser indiciado por coisa alguma. Como serei incriminado por algo que os peritos não sabem causa?
André criticou ainda atuação da polícia e prometeu uma recompensa de R$ 3 mil a quem fornecer pistas sobre Alex Sandro da Cunha Silva, o falso médico que prestou atendimento a Joanna no Hospital RioMar, na Barra.
Estudante de medicina da Unigranrio, ele teve a prisão decretada, mas está foragido .

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Barrados do Baile: mico dos quinhentos anos...

Eis a vergohosa imagem dos 5 séculos do Brasil que ficou registrada e até hoje circula munda afora...

Índio Gildo Terena pede clemência antes de ser pisoteado pela tropa de choque



O estilo Tucano "Casa grande senzala, só para quem usa black-tie" de celebrar...
Passados 10 anos até hoje me doi lembrar, o festival de barbárie, em que se transformou a festa dos 500 anos do Brasil.
Com o olhar nesse passado não muito distante, olhamos para o futuro, vem aí a copa 2014 e as Olimpiádas 2016. É isso que queremos pra nosso povo?
Deus nos livre e guarde que o anfitrião seja da mesma laia e se repita esse triste episódio vergonhoso da História de nosso glorioso pais...


Preparada aos mínimos detalhes para ser a "masterpiece" do Governo FHC, se tornou o mico do século.
Entre 735 credenciados profissionais da imprensa de todo o mundo, credencial fornecida pelo Ministério das Relações Exteriores, mnc, contratada para cobertura pela rádio Teófilo Otoni AM, alcance Nordeste de Minas (os 3 vales) e extremo Sul da Bahia.

Rebubinando os fatos:


18 de abril : 5 mil militantes do grupo MST, adentram ordeiramente em fila indiana, silêncio profundo marcham pela cidade, 5 mil brasileiros sem voz , mal trapilhos e banhados de suor...Um grupo de "negociadores" do Governo, habilmente conseguiu convencê-los a deixarem a cidade e irem para Eunápolis (64 km), lá seriam “confortavelmente acomodados e alimentados “ e no dia da festa, poderiam retornar a Porto Seguro, em ônibus gentilmente cedidos. Inocentes acreditaram, deram meia volta volver e foram crentes que o acordo seria cumprido.Livres do MST, policiais militares fortemente armados , imediatamente bloquearam a rodovia de acesso a Porto Seguro, já no entrocamento da BR 101, alegavam cumprir ordens da Defesa Civil, a cidade não comportava mais ninguém.Detalhe Porto Seguro não tem Defesa Civil.
O objetivo era evitar que os indesejáveis sem-terra, entrassem em Porto Seguro novamente.O bloqueio foi estendido a turistas e até aos moradores, ninguém não credenciado pelo Ministério das Relações exteriores passava em nenhuma circustância.
Turistas de todos os cantos do Brasil que vinham pela rodovia, mesmo exibindo as reservas de hotel tiveram seu direito de ir e vir, garantido pela Constituição, cerceados.


19 Dia do Índio:
Realizou-se em Coroa Vermelha a plenária de encerramento da Conferência dos Povos Indígenas, reunidos cerca de 3 mil índios de 150 tribos de todo o País.
Exaltadas, lideranças indígenas se referiam a FHC como "sem palavra".
O ultimo a falar foi o pataxó Luiz Tiliá:

-Amanhã nos vamos fazer uma caminhada até Porto Seguro e a polícia não vai deixar. Quero que cada tribo junte os dez guerreiros mais fortes. Eles vão na frente, porque nois vai passar de qualquer jeito.

Uma vidente previu chuvas e trovoadas em Porto Seguro . Acertou na mosca e na semiótica. O tempo fechou geral em Coroa Vermelha quando cerca de mil integrantes do movimento e mais 500, formado por jovens estudantes, marchavam para a área onde foi realizada a conferência indígena. O objetivo era de solidarizar--se aos índios na caminhada até Porto Seguro.

Eis que surge a tropa de choque. Um manifestante é agredido. Sua companheira tenta defendê-lo e é jogada violentamente ao chão. Forma-se o tumulto. Policiais atiram para o alto, jogam bombas de gás lacrimogêno e baixam o cacete em quem aparece pela frente.

Apavorados, os manifestantes correm para as casas dos pataxós e respondem às agressões com pedradas. Uma das pedras atinge acidentalmente o índio Crispim na cabeça.
Pronto! Dada a deixa para que o comandante da operação mandasse prender cerca de 140 integrantes do "Outros 500". Alegou que estava agindo em defesa dos índios, embora os próprios indígenas categoricamente afirmavam, que a pedrada em Crispim fora acidental.
Entraram em cena os Procuradores da República, a senadora Marina Silva, deputados federais Haroldo Lima e José Dirceu e a deputada estadual Alice Portugal, em vão argumentaram que as prisões eram ilegais e que a violência dos PMs era injustificada. A todos, o comandante respondia com um "não reconheço sua autoridade."

Estava armado o circo de horrores.

Mais tarde, sem se darem por vencidos, índios marcharam para Porto Seguro, encontraram uma barreira do batalhão de choque. Antes mesmo dos índios se aproximarem , Napoleônico o Comandante à frente dando ordens de atacar... Atiraram balas de borracha, gás lacrimogêneo.

Saldo: mais de 30 feridos, entre eles nenhum policial militar.

Jornalistas de todo o Brasil e de várias partes do mundo comentavam a forma truculenta com que a polícia militar agiu.Como disse a senadora Marina Silva, era para deixar bem claro a todos que nesse país lugar de pobre é na senzala, enquanto a classe dominante gozava os prazeres e mordomias da casa grande.

Na "Casa Grande" Vela Branca, Hotel 5 estrêlas, cercado por um forte aparato de segurança, Fernando Henrique e o presidente de Portugal almoçam com convidados. A elite empresarial e política do País.

A imprensa , que aguardava a coletiva ao vivo de FHC, foi confinada num mofado salão desativado do Vela Branca. O seu porta-voz providenciou um aparelho velho de TV, produzido às pressas pela Radio-Bras um pronunciamento cínico FHC fala dos avanços sociais do país, alfinetou os sem-terra e, por fim, fez um brinde com a legítima cachaça brasileira.

Foi a gota d'água que faltava. Deixamos indignados o confinamento e invadimos o saguão do hotel, nos sentamos no chão e cantamos o Hino Nacional (desta vez a truculência ficou por conta dos seguranças e dos burocratas do Itamaraty), mas intimidaram-se diante do quarto poder, armados de inúmeras câmeras e gravadores.
Minutos depois, numa entrevista coletiva montada às pressas, FHC tentou ironizar os fatos e cantou também o Hino Nacional. Errou a letra duas vezes....

O Anfitrião FHC pediu para sair...Previsto para quatro dias abreviou-se a esmirradas três horas e para não ficar de cachorro magro, come e vai embora , o presidente visitou a Cidade Histórica, cumprimentou a simpática família Schürmann que voltava de uma viagem de dois anos pelo mundo, plantou uma muda de Pau Brasil, acendeu a Chama do Conhecimento, viu atores fantasiados de índios e posou para fotos abraçado a baianas do acarajé.

Os moradores da Cidade viram a festa da janela, impedidos que estavam de sair de casa. Era visível a revolta de todos. A imprensa mundial deu amplo destaque à pancadaria e pouco falou das festividades.
Jornais como o New York Times, dos EUA, o Libération, da França, e o Independent, da Inglaterra, falaram da violência contra os indígenas e sem-terra.

A foto do índio Gildo Terena, ajoelhado no asfalto e de braços abertos pedindo clemência aos policiais, saiu na capa dos principais jornais do planeta. A mesma imagem, com a sequência onde Terena é atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo e sem seguida pisoteado pelos PMs foi veiculada em centenas de emissoras de televisão.
A metáfora simbólica ápice do vexame dos 500 anos foi a Nau Capitânia, custou uma fortuna e afundou antes de ser colocada ao mar, escancarando o fracasso de uma celebração em que o povo foi excluído de participar.Fernando Henrique foi embora antes de assistir ao espetáculo " O dia em que o Brasil nasceu", misto de teatro e cinema com luzes e fogos de artíficio.

Revoltados porque o show era apenas para convidados do governo e pela colocação de um tapume que impedia qualquer vista do espetáculo, turistas e moradores primeiro protestaram com xingamentos. Depois, jogaram pedras aleatoriamente. Antes que a revolta ganhasse proporções incontroláveis, a polícia chegou e, conhecedores do que havia ocorrido com os índios, estudantes e sem-terras os manifestantes puseram seus rabinhos entre as pernas e se dispersaram.

Entre sarcástico e p da vida, um bêbado comentou:
-Depois de uma confusão dessas, na festa dos 1000 anos do Descobrimento eu não venho de jeito nenhum.

Os construtores navais da idade média puseram no chinelo os de FHC, pelo ao menos a Capitânia de Cabral cruzou os mares além bojador...

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

VEJA de grátis! VEJA você...Quem diria?


Milhares de lares mineiros foram visitados por cordiais cabos eleitorais, paramentados de uniformes com a logo-marca da revista VEJA e agraciados com o último exemplar da revista VEJA, com essa capa aí de cima...como as imagens falam por si vamos pular essa parte.
O conteúdo é nem um pouco subliminar, escancararam mesmo, uma bajulação aos eleitores das Alterosas, tudo para conquistar os votos que o Serra precisa.
O Aecinho removedor de montanhas, o homem que vai descolar os 3 milhões de votos que faltam ao Serra.
Será o Benedito? O tio Dornelles, irmão do vô Tancredo e aliado do Aécio (óbvio), mineiramente fechou com a Dilma. Via de dúvidas é sempre bom ter um pezinho dentro.
"A esmola quando é demais o Santo desconfia", nas conversas de pé de ouvido, o assunto da cidade ontem foi a súbita generosidade da editora da revista em distribuir exemplares gratuitamente sem nem ter que ir na banca de jornal... comodamente na porta de casa.
Temos uma rede de amigas e amigos aqui, e todos surpresos estranhamos...sabe como é né? Mineiro é desconfiado...Abstraindo das razões ocultas dessa dádiva repentina.
A medida que fomos lendo os exemplares, percebemos que não diferenciavam dos panfletos de santinhos de propoganda eleitoreira, só que numa escala gigantesca.
Uma amiga me ligou indignada com o Mainardi... Ardiloso mistura um filme passado na Bulgária terra do pai da Dilma inventando uma biografia a prtir da ficção.
Pensava que com sua nova privada, decantada em verso e prosa em sua coluna semanal, não uma latrina comum. Um trono cagador para Vips carérrimo, latrina para milionários de limpar fiofó com água morna automáticamente (deve fazer até côcegas), o cagão ficaria mais criativo.
É a VEJA vendendo seu peixe-tucano.
Como se o povo Mineiro fosse bôbo.
A que ponto chegamos...




Laranja Madura (saudoso Ataulfo Alves, mineiro)

Voce diz que me da casa e comida
Boa vida e dinheiro prá gastar
O que é que há, minha gente o que é que há?
Tanta bondade que me faz desconfiar
Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada ,...ou tem marimbondo no pé
Santo que vê muita esmola na sua sacola
Desconfia e não faz milagres não
Gosto de Maria Rosa mas quem me dá prosa é Rosa Maria
Vejam só que confusão
Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada ou tem marimbondo no pé

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domingo, 17 de outubro de 2010

CARTA ABERTA A MARINA SILVA, por Marcos Arruda




Fragmento do documentário "A Grande partida, anos de chumbo"


Estimada Marina,

e companheiros que a apoiam nesta valorosa luta para mudar as relações de poder no Brasil.
Primeiro, um efusivo abraço de parabéns pela votação importante obtida no primeiro turno.

Segundo, uma breve reflexão sobre o processo de decisão do que fazer no segundo turno.

Com toda a militância que apoiou a sua campanha, seria oportuno fazer uma articulação avaliativa da mesma.
A avaliação é uma reflexão crítica sobre o que perdemos, o que ganhamos e por quê. Serve para aprendermos as lições da prática vivida e para planejar junto os próximos passos.
O avanço da causa promovida por você, cara Marina, mostra que ela é compartilhada por muita gente mesmo.

E muita outra gente que também apóia essa causa só não votou em você para votar útil, impedindo que o Serra vencesse.
Portanto, os números que emergiram das urnas garantem sua liderança política nacional e comprovam a sensibilidade de parte importante da população para o tema ecológico, e para uma forma gentil e firme de liderança feminina que você transmitiu com grande força de persuasão.

Com toda esta força, Marina, é o momento de pensarmos no BEM do Brasil,pois o segundo turno vai selar o destino do País pelos próximos quatro, e talvez mesmo oito anos.
Com isto em vista, não tenho dúvidas em participar da campanha da Dilma no segundo turno, tendo em vista que a vitória do Serra e do PSDB seria arrasadora para o Brasil.

Temo por uma nova onda de privatizações, que agora atinjam a Petrobrás, o Banco do Brasil, o aprofundamento da entrega das nossas riquezas naturais a corporações transnacionais (seja de base estrangeira, como as medusas famintas de petróleo, ou brasileira, como a Vale, a Votorantim, etc.), os esquemas de corrupção da frente de direita que governou o Brasil durante a era FHC, o mega endividamento público, a idéia fixa do crescimento ilimitado, com a destruição ambiental dele decorrente, etc.

Não podemos deixar, nem muito menos contribuir, para que isto venha a acontecer! Confesso que vou divulgar esta minha posição sem nenhum entusiasmo. Minha motivação é negativa: impedir que o Serra-FHC-PSDB et catreva ganhe o governo federal.
Mas temos que fazer isto neste momento, não há escolha para nós que amamos o Brasil e o nosso povo. Pois meu horizonte é bem mais amplo e ambicioso, como vc pode ver nos três artigos em anexo, publicados no boletim eletrônico do PACS, Massa Crítica, que pode ser útil para pensar os próximos passos.

Minha convicção é que temos que trabalhar para ir criando,desde já, uma "economia do amor", centrada na VIDA e não no lucro, que reconcilie os seres humanos entre si e com a Terra-Mátria!

Este é o meu sentimento, que eu, modestamente, desejo compartilhar com vc.

Um abraço e minha disponibilidade para colaborar com vocês, se for na perspectiva que enunciei acima.
Marcos Arruda

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Dilma: A face real do personagem"

Bom dia Blogsfera!

Quando um momento crucial como esse que vivemos no Brasil, convoca um povo para que esse povo faça sua escolha de rumo; e esse mesmo povo vem sendo bombardeado por informações distorcidas na construção injusta de imagem de uma mulher preparada e humana.

Lìcito seria que nosso blog participe desse processo (claro que numa escala formiguinha), se bem que nossa audiência anda muito bem.

Trazemos à baila essa entrevista da Dilma, de 2009 da revista Claudia, um extraordinário achado do Lùcio Júnior que o postou ainda no ano passado em seu blog,http://revistacidadesol.blogspot.com/2009/04/dilma-quase-uma-personagem-da.html. Recomendo, lá também no último post, uma carta aberta dos professores universitários de Minas Gerais em apoio a Dilma.

Tomamos a decisão de publicá-lo aqui trazendo subsídios reais para que cada um tire suas próprias conclusões.

Sem Patrulha ideológica, sempre no periódo das eleições me remetem a Gonzaguinha e aquela música "É" ... Assim como também um verso do Drumond: "Esse é o tempo dos Homens partidos".





Dilma Rousseff: a mulher que quer governar o BrasilEla tem um cão, gosta de livros, de tango e de se ver bonita. No passado, comandou guerrilheiros, foi presa e torturada. Tida como dura na queda, a ministra Dilma Rousseff, candidata de Lula à Presidência, abandona as reservas e, descontraída, conta detalhes (alguns tristes, outros divertidos e saborosos) da sua vida privadaPatrícia Zaidan e Alessandra Roscoe

No quarto andar do Palácio do Planalto, um acima do gabinete do presidente da República – e de onde se vê o sol corar o lago Paranoá –, trabalha a mulher mais importante do país: Dilma Vana Rousseff, 61 anos, ministra-chefe da Casa Civil, que controla a máquina federal. Equivale a dizer que é a número 2, atrás apenas do chefe da nação. Jamais disputou uma eleição e não é petista histórica.

Chegou ao Planalto como a perita que aplacou a crise de energia no Rio Grande do Sul nos anos 90, quando secretária do governo gaúcho. Seu nome foi indicado a Lula como a peça-chave para evitar o apagão que assombrou o antecessor, Fernando Henrique. Dilma abriu o laptop, apontou soluções e virou ministra de Minas e Energia. Mineira, economista divorciada, foi dela que Lula se lembrou quando o escândalo do mensalão arrasou a moral do PT e destronou José Dirceu, então homem forte do Planalto.

Dilma o substituiu na Casa Civil em 2005. Pouco depois, um novo escândalo derrubou o titular da Fazenda Antonio Palocci – outro pilar do staff –, e Dilma se tornou o principal apoio do presidente. “Lula ficou mais solto para agir, as tensões diminuíram, não há queda-de-braço como as ocorridas entre Dirceu e Palocci”, diz Franklin Martins, ministro da Comunicação Social.
É sobre ela que recai a escolha de Lula para sucedê-lo. Guerrilheira que enfrentou a ditadura militar, agora acusada pelos adversários de antecipar a disputa eleitoral, Dilma tem 14% da preferência do eleitorado e pode ser a primeira mulher a governar o Brasil.


CLAUDIA Num jantar político, a senhora cantou com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) o tango EL DIA QUE ME QUIERAS. Gosta de música?

DILMA Adoro. Mas não cantei. Minha voz é de fazer chover. Eu falava a letra e Suplicy cantava. Meu pai me obrigou a estudar piano por quatro anos, mas, infelizmente, não tenho o menor talento. Aprendi a ouvir tango e jazz na prisão, com uma colega de cela, a professora Maria do Carmo Campello de Souza. Naquela época, passei a entender melhor Astor Piazzola e a apreciar a voz de Ella Fitzgerald. Maria do Carmo tinha muitos discos, que nós tocávamos numa vitrolinha. As caixas de som eram ótimas, feitas por outra presa com caixotes de maçã. Hoje ouço muita música clássica – Bach e Vivaldi estão sempre comigo – e ainda curto a dupla Zezé di Camargo e Luciano.


CLAUDIA Sertanejo? Isso é influência do presidente Lula..

DILMA Não! Já gostava bem antes de trabalhar com Lula. É O AMOR é linda. Não tenho restrição a gênero algum. Meu lado gaúcho (viveu no Rio Grande do Sul por três décadas) me leva a gostar ainda do Bagre Fagundes: “O canto gauchesco e brasileiro desta terra que eu amei desde guri....” (cantarola batucando com a mão sobre a mesa).


CLAUDIA Seu lazer é à base de música?

DILMA Em primeiro lugar, de leituras. Leio tudo. Estou na fase dos angolanos, como José Eduardo Agualusa, autor de O VENDEDOR DE PASSADO, e de Pepetela, de PREDADORES. Também gosto muito de pintura e tenho a minha galeria.


CLAUDIA A senhora coleciona obras de arte em casa?

DILMA No computador. Entro nos sites dos museus famosos, como o Metropolitan, acesso as que quero e baixo. Se estou numa fase impressionista, seleciono obras impressionistas. Atualmente, prefiro as japonesas. Para mim, literatura, música e pintura são instrumentos de descoberta. A nossa aventura neste mundo passa por compartilhar a arte. Por meio dela, acesso um pouco a raça humana. Se não tiver essa dimensão, entendo bem menos as pessoas.


CLAUDIA A senhora se sente sozinha em Brasília?

DILMA Não me sinto só. Trabalho muito e no fim de semana quero me recolher, quase não saio de casa. Às vezes, recebo a visita da minha mãe (Dilma), que vem de Belo Horizonte, e da minha filha (a procuradora do Trabalho Paula, 31 anos, do segundo casamento), que vive em Porto Alegre. Adoro quando o meu bebê vem me ver.


CLAUDIA Ainda mantém o labrador Nego, que ganhou do ex-ministro José Dirceu?

DILMA Ele é um labrador genial. O Zé Dirceu fez o imenso favor de deixá-lo comigo. Ao sair do governo, não tinha para onde levar o Nego, que é enorme (Dilma vive na mansão antes ocupada pelo petista, na Península dos Ministros, no Lago Sul). Passeamos muito juntos. Desde pequena, tive cachorros, sempre vira-latas. Quando minha filha nasceu, eu lhe dei um policial para que aprendesse a lidar com os bichos. Ela cuidava, escovava os dentes dele até que o cão morreu, aos 15 anos. Foi uma choradeira danada.


CLAUDIA O feminismo está revendo o discurso que dava a maternidade como algo secundário. A escritora americana Camille Paglia é partidária dessa revisão. O que pensa disso?
DILMA Em que pesem todas as ótimas constatações que Camille fez sobre sexo e cultura, sua visão, no passado, de que maternidade era secundária, estava equivocada.Uma das coisas mais importantes da minha vida foi ter uma filha. Tem mulher que decide não ter filhos, eu as respeito. Mas não podemos abrir mão damaternidade. Se você dá a vida, tem que cuidar dela, providenciar alimentação, ver se as orelhas estão limpas... a maternidade dá competência. A capacidade de agregar vem do treino com os filhos. A visão privada amplia a visão pública. Nem todo feminismo se opôs àmaternidade. Foram as feministas que exigiram do governo o tratamento pré-natal, a licença-maternidade...


CLAUDIA O fato de o ex-ministro Gilberto Gil ter dito que a senhora tem um lado macho a ofendeu? Sente-se incomodada quando ouve que é uma gerentona, uma mulher dura demais?

DILMA O meu amigo Gil pode me chamar do que quiser, porque é um artista. Talvez ele olhe coisas minhas e capte a essência. Gil disse na música SUPER-HOMEM que ele tinha um lado feminino a cultivar. As mulheres têm um lado de resistência, identificado com o sexo masculino, para ressaltar. Não somos um bando de manteigas der retidas que não enfrenta a diversidade; pelo contrário, resistimos a tudo. Eu costumo afirmar que sou uma mulher dura cercada de homens meigos.


CLAUDIA A senhora perdeu 10 quilos. Fez dieta?

DILMA Cheguei à Brasília pesando 67 quilos. Não mantive as atividades físicas, a alimentação era desregrada e, como a tensão é grande, atingi 78. Emagrecia e voltava a engordar. Aí mudei a tática. Diminuí o carboidrato, aumentei verduras e carne branca e caminho todo dia. Demorei um ano e dois meses para estar como estou..


CLAUDIA A fitinha no pulso é do Senhor do Bonfim?

DILMA Foi a Flora (mulher de Gilberto Gil) quem amarrou e disse: “Mentalize um desejo; quando arrebentar, ele se realiza”. Se eu revelar o que é, não se concretiza.


CLAUDIA Atrás da sua mesa, tem uma Santa Ana e outras imagens. O que elas representam?

DILMA Vou ganhando e ponho aí para me proteger. A medalha foi do pessoal da Canção Nova. O Jaques Wagner (governador da Bahia) me deu a mãe-de-santo. Ainda guardo o desenho de um garoto sobre o trem-bala que queremos fazer.


CLAUDIA A senhora parece mais saltitante depois da plástica..

DILMA Eu sou uma pessoa alegre. O fato de ficar séria não quer dizer mau humor. Fico séria enquanto penso. Preocupada, então, é que não rio mesmo. Isso não tem nada a ver com depressão.


CLAUDIA Ficar mais bonita mexeu com sua alma?

DILMA Muito. Qualquer um gosta de se sentir mais bonito. Mulher de Minas não entrega a idade. Minha mãe me proibiu de dizer a minha para não deduzirem a dela. Mas digo sem problemas que tenho 61 anos. Embora me orgulhe deles, devo admitir: minha olheira bate aqui embaixo. À noite ela reaparece, mesmo com a plástica.. Vocês não sabem o que é o rally Paris Dakar que enfrento todo dia no governo. Além disso, a minha linha de queixo estava caída. Não tenho vergonha, precisaria ser muito insegura para não decidir pela plástica.Os homens também fazem. Fernando Henrique e Serra (o governador de São Paulo, seu provável adversário na disputa presidencial) fizeram. É bom fazer, principalmente quando dá certo. A minha ficou natural.DESCOBERTA DA REDAÇÃO Dilma Rousseff usa mais um expediente para dissipar os efeitos do Paris Dakar: em fins de noite, dirige seu Fiat Tipo até uma pequena clínica de massagem no bairro Sudoeste. Deita-se na maca com dores musculares e adormece. Antes de escolher a clínica, pediu à massagista para ver os documentos de funcionamento do local e os certificados de cursos que ela havia feito.


CLAUDIA A senhora já assimilou o estilo Lula, anda cheia de metáforas para popularizar o discurso. Até comparou o Plano de Aceleração do Crescimento, que gastará 646 bilhões de reais em obras até 2010, a um boi gordinho.

DILMA Não o comparei a um boi. A imprensa publicou tudo errado. Uma repórter perguntou se o PAC empacou. Eu respondi: “Não, ele não empacou. Está mais para uma vaquinha. No início era uma vaquinha ma-gérri-ma. Aí, foi ficando gordinha em 2008 e, em 2009, vai virar uma vaquinha de raça”. Foi essa a história.



CLAUDIA Como reage quando Lula diz que pode economizar no batom da dona Dilma, mas não vai cortar recursos do PAC?

DILMA Até acho graça, aprendo muito com ele.



CLAUDIA A oposição, que dizia que a senhora era apenas boa técnica, já viu que sabe fazer política?

DILMA O vício de tachar alguém de tecnocrata vem da ditadura, que construiu dois perfis: o técnico é correto e capaz; o político é subversivo ou corrupto. Não acho correto o Brasil herdar essa visão sem saber a que ela serviu. Já me aconselharam: “Deixe que falem, o povo associa político a safadeza e separa você do bolo”. Não posso compactuar com essa ideia. É impossível ser boa ministra se não tiver uma ampla visão política sobre o meu país. É sandice achar que todo político é mau. INTERRUPÇÃO. Neste momento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, telefona. Antes, dois governadores haviam ligado – ela não pronunciou o nome deles. A agitação era em torno do programa para construir 1 milhão de casas populares. Com o ministro, foi cirúrgica: “Li seu primeiro relatório e não achei satisfatório”. Ele deve ter dado justificativas, e Dilma arrematou: “Guidinho, você já repetiu isso seis vezes. Venha na quinta (a entrevista foi na terça) e conversamos”.


CLAUDIA O senador Agripino Maia (DEM-RN) provocou-a, ano passado, lembrando que a senhora tinha mentido para os torturadores.

DILMA Aquele senhor não sabe o que é passar 22 dias sob choque elétrico e pau-de-arara. Menti para não entregar parceiros. Por dois dias, apanhei sem revelar onde morava com uma amiga. Assim, ela saiu da pensão, na avenida Celso Garcia, em São Paulo, e outros deixaram os locais onde se refugiavam.



CLAUDIA Como era a pensão? Guardava armas ali?

DILMA Era simples, tinha um corrimão típico: descascando com a unha, apareciam várias cores, até chegar à madeira. Havia armas ali, sim. Eram algumas pistolas.



CLAUDIA A senhora ainda se lembra de como é atirar?

DILMA Não era a minha função. Eu participava da direção.



CLAUDIA Mas foi treinada para lidar com fuzis...

DILMA Sempre tive muitos problemas com a minha visão, uma miopia pesada, de 8 graus num olho e 6 no outro. Não tinha bom ajuste de mira. Eu era ótima para limpar uma arma, ainda sei como desmontar e montar uma.



CLAUDIA A senhora participou ou não do roubo do cofre do ex-governador paulista Adhemar de Barros, que estava na casa da amante dele e continha 2,5 milhões de dólares?

DILMA Gostam de dizer que participei. Podia ter havido minha participação, mas não houve. Não estou querendo negar nada. Tem várias pessoas vivas, que atuaram no episódio, que podem confirmar o que digo. Naquele momento, eu cuidava de reinserir os militantes clandestinos na luta legal.. Deslocava pessoas de um estado para outro onde pudessem trabalhar. Era hora de abrandar as ações e priorizar a mobilização das massas.


CLAUDIA Quando viram que a luta armada havia fracassado?

DILMA Éramos cerca de 300 jovens convictos de que mudaríamos o Brasil e a América Latina. Com a quantidade de prisões, percebemos a fragilidade daquela luta. Nas casas da morte, a repressão massacrou quase todas as organizações de esquerda até 1974."Nasci dia 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte. Com meus irmãos (Igor, 62 anos, e Zana Lívia, já falecida), nadava no Minas Tênis e subia em árvores: tínhamos jabuticaba, fruta da minha mãe, e pera, do meu pai (o empresário Pedro Rousseff, já falecido). Ele era socialista, não tinha religião, mas, quando eu disse que queria fazer primeira comunhão, me levou para o Sion, escola de freiras que promovia ações sociais no morro do Papagaio. Dias antes do golpe de 1964, entrei no Estadual de Minas Gerais, um colégio efervescente. Ia a passeatas, via o Teatro Opinião encenar Arena Conta Zumbi, uma ode aos direitos dos oprimidos. Aos 16, ingressei na Polop (a organização Política Operária). Lia obras do Celso Furtado, considerado subversivo, e assistia aos filmes do Glauber Rocha, com ele na plateia. Guardo memórias boas, como conviver com Milton Nascimento – para mim, Bituca – e Márcio Borges, parceiro dele. Na casa do Marcinho começou o Clube da Esquina. Ele e eu roubávamos lanche da geladeira da minha mãe... Mas outro dia achei estranho: encontrei Bituca no aeroporto de Porto Alegre, e ele não me reconheceu.

O AMIGO Márcio Borges (Irmão do Lô e parceiro de Miltom Nascimento), 62 anos, gargalhou ao saber que Dilma se lembra dos assaltos à geladeira. “Buscávamos comida e bebida para que nossas festas durassem uma semana”, diz. “Ela era a líder mais brilhante, tinha uma coragem surpreendente, pagou o ideal com as dores do corpo. Fiquei arrasado ao ver, em 1968, cartazes com a foto dela e a palavra ‘Procurada’. Quando ressurgiu na TV como pessoa pública, gritei: ‘É a Dilma, a minha Dilma! Minha candidata desde os 20 anos’.”


A prisão

Casei aos 19 anos. Universitárias não usavam véu e grinalda. Então, me vesti num redingote lindo, verde-clarinho e segui para o cartório, para alegria da minha mãe, que nos deu um apartamento para morar. O meu marido (o jornalista Claudio Galeno Linhares) também era militante na Polop. Em 1968, os militares decidiram endurecer, porque não haviam enquadrado todos os setores na ditadura. Foi o golpe do golpe. Procurados pela polícia, chegamos a dormir fora de casa e nos mudamos para o Rio. Com o AI-5, o Congresso foi fechado, políticos acabaram cassados, a censura à imprensa e as prisões cresceram. Entre nós, avaliávamos que os militares não deixariam a democracia voltar mais. Não havia espaço para fazer as mudanças de que o país precisava, a única forma de resistir era lutar. Fui presa no centro de São Paulo, dia 16 de janeiro de 1970, aos 22 anos, por falha minha. De manhã, havia ido ao encontro de um companheiro, que não apareceu. Era um mau sinal, eu não deveria ter tentado o segundo encontro, à tarde, numa lanchonete. Entrei e ouvi: “Você está cercada”. Andei rápido até uma loja de móveis.. Pensei em escapar pelos fundos, mas me pegaram. Eram três equipes, muitos homens.A PENACondenada a seis anos de prisão, Dilma cumpriu três no Presídio Tiradentes, em São Paulo. Era o cérebro da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, codirigida pelo maior mito da guerrilha brasileira, o capitão Carlos Lamarca. Usava os codinomes Stela e Marina e já havia se separado de Galeno, que sequestrou um avião e o levou para Cuba. Com o segundo marido, o advogado Carlos Franklin de Araújo, participou da elaboração de assaltos a banco. O procurador militar que a denunciou referiu-se a ela como “Joana D’Arc da subversão” e “figura de expressão triste e notável”.



terça-feira, 12 de outubro de 2010

"Pisa Leve Pé de Anjo...É o que Liga!"


Bom dia Blogsfera!!!
Depois de uma longa ausência, justificada por questões familiares...Perda de um Tio querido e Turismo Hospitalar em BH, estamos aqui de volta a nosso espaço sagrado, para homenagear a Santinha Padroeira do Brasil e o dia das Crianças.

Enfrentamos uma longa jornada, 1 000 e tantos Kms de estrada levando a Sanfoneira para seu controle anual de CA, 6 anos de uma rotina que aprendemos a encarar, sobretudo pela fé fortalecedora na Cura por intervenção divina através da oração e numa postura otimista: milagres existem!!!

A Rodovia pela qual transitamos é chamada rodovia da morte a 381, seu trânsito pesado e suas curvas de sobe e desce montanhas, só na volta contamos 4 acidentes... tantas perdas de pessoas queridas já tivemos nela, finalmente agora está duplicada em seus trechos mais difícieis, muito bem sinalizada, nesses mesmos trechos velocidade controlada por radar, o que não impede que os imprudentes abestados se acidentem, só na volta em 500 km contamos 4 deles.

Deus nos fala, alerta, avisa do perigos, tudo que precisamos é estarmos atentos às mensagens...

Num trecho menos perigoso, menos curvado embora de sobe e desce em retas, quis descontar o tempo perdido...

Me deparei com um caminhão em que tinha a frase " Pisa leve pé de anjo...É o que liga", me penetrou nas entranhas esse dizer...e comecei a maneirar na velocidade e redobrar minha atenção...súbito do nada, percebo no retrovisor um louco playold, numa dessas caminhonetes Highlux turbinadas, ultrapassando a enorme fila de veículos acumulados, ao mesmo tempo que na frente uma carreta vinha descendo desimbestada, o pé do anjo tinha me feito pisar mais leve e foi a conta de conseguir espaço para o Mané playold motorista débil mental se encaixar na pista de novo e evitar um acidente que Deus me livre, só de pensar...

Daí que daqui prá frente a mnc sempre que andar nessas estradas de meu Deus, levará impreganada na alma essa frase, diferente né? Para frases de parachoque de caminhão..." Pisa Leve Pé de Anjo..,É o que Liga!"

Espero e desejo que vocês também nesse feriadão, pisem leve...Em paz e segurança.

Afinal, por mais veloz que se vá, o máximo que se consegue chegar na frente são uns 30 minutos...não vale a pena correr tanto risco!

Hoje a agenda é viver intensamente nossa criamça interior...ela anda dentro de nós esquecida, precisando soltar seu erê, agora é brincar de viver!!!

Depois de dias difíceis, lado por do sol da vida, vamos para o clube com as crianças e brincar o dia todo, sem pensar em dor, morte ou doenças...

Só que antes não poderia deixar de agradecer a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, minha gratidão por tantas Graças alcançadas e apresentar meu pedido:

Olhai nosso povo brasileiro, mãezinha querida de Aparecida!

Se você passa por um alguma dificuldade na sua vida não perca as esperanças.

Peça com fé e seu pedido será com certeza atendido.
Abaixo um "copy/paste" sobre nossa Santinha de devoção e um "you-tube" dela.

Que ela traga abundância, alegria e paz na vida de todos.

Amém!!!







As primeiras décadas do século XVIII no Brasil não foram nada fáceis. O declínio do açúcar nordestino, a aparição de uma nova corrida aurífera no sudeste, especialmente em Minas Gerais, a concorrência de muitos "senhores" pelo monopólio da nova região do ouro, os conflitos entre negros e colonos portugueses, entre índios e os chamados "bandeirantes", bem como a grande distância do território nacional e as dificuldades nas comunicações, marcavam um panorama de tensão e de grande preocupação pelo futuro da nação, que ainda estava em formação.
E foi assim que em 1716, um novo governador da província de São Paulo e Minas de Ouro havia sido escolhido, D. Pedro de Almeida e Portugal, conhecido como o "Conde de Assumar". Vinha direto de Portugal com a difícil missão de apaziguar os conflitos na região mineira. Chega em São Paulo em 1717 e vai direto para Minas. Durante a sua viagem, chega no domingo 17 de outubro na vila de Guaratinguetá, após ter percorrido mais ou menos um terço do caminho, para descansar. A cidade recebe-o com grande festa. Passou na cidade 13 dias, sob os atenciosos cuidados do governador da Vila, o Capitão-mor Domingos Antunes Fialho.
Para a alimentação da grande comitiva que acompanhava ao Conde de Assumar, o Senado da Câmara mandou que alguns pescadores fossem conseguir peixes, já que a cidade estava rodeada pelo Rio Paraíba do Sul. E assim aconteceu que...
"Entre muitos, foram a pescar Domingos Martins Garcia, João Alves e Felipe Pedroso com suas canoas. E principiando a lançar as suas redes no Porto de José Corrêa Leite, continuaram até o Porto de Itaguassu, distância bastante, sem tirar peixe algum. E lançando neste porto, João Alves a sua rede de rastro, tirou o corpo da Senhora, sem cabeça; lançando mais abaixo outra vez a rede tirou a cabeça da mesma Senhora, não se sabendo nunca quem ali a lançasse. Guardou o inventor esta imagem em um tal ou qual pano, e continuando a pescaria, não tendo até então tomado peixe algum, dali por diante foi tão copiosa a pescaria em poucos lanços, que receoso, e os companheiros, de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, se retiraram a suas vivendas, admirados deste sucesso" .
Havia ocorrido um milagre! Inexplicável como pode ser que em três lançadas de rede ao rio, se retirasse, continuamente, um corpo, logo sua cabeça, e mais tarde uma incrível quantidade de peixes. Felipe Pedroso, profundamente católico e tocado pela experiência, viu e creu. Foi intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus! Levou, então, a pequena imagem para a sua própria casa e poucos dias depois começou a organizar orações, sobretudo a reza constante do terço. Novos milagres foram acontecendo e a piedade foi aumentado incrivelmente. Já em 1748, pelo testemunho de alguns padres jesuítas que aí foram visitar, "eram muitos os que aí se reuniam para pedir ajuda e proteção à Senhora que eles chamam, piedosamente, de a "Aparecida"".
A própria imagem de Nossa Senhora Aparecida resume em si, todas as qualidades de síntese cultural, de conciliação e da unidade da qual estamos falando. E sem dúvida, sua "aparição" foi uma clara resposta, desde a fé, a todo esse difícil contexto político-social que atravessava a Colônia no início do s. XVIII.
Olhemos para a imagem. Nela se encontram o português (a imagem é uma réplica da Padroeira de Portugal e do Brasil, Nossa Senhora da Conceição, que desde 1646 fazia parte da devoção de D. João IV e de toda as suas colônias); o brasileiro (a imagem foi feita, segundo estudos, com "terracota", barro paulista característico da região encontrada); o índio (a imagem foi encontrada no rio indígena "Para`iwa", passo entre Minas, Rio e São Paulo, hoje, Rio Paraíba do Sul); e o negro (a imagem possui uma cor castanho escuro, tendendo ao negro).
E assim se espalhou a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, hoje, Padroeira do Brasil, cujo Santuário, na cidade de Aparecida do Norte reúne milhares de fiéis, de distintos lugares e etnias, em um bela manifestação de nossas raízes culturais, de nossa "unidade na pluralidade" mantida e fortalecida pela fé. A História de Nossa Senhora Aparecida nos ajuda, portanto, a entender esse papel tão importante da fé católica na configuração de nossa identidade cultural. Somos um país com vocação católica!
Peçamos a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a "mãe amável, a mãe querida" do nosso Brasil que interceda por cada um de nós e pelo nosso povo para que, seguindo os seus passos, possamos ir ao encontro daquele que nos espera de "braços abertos", o Cristo Redentor, o Filho de Maria.
Feliz dia de Nossa Senhora Aparecida !

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